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Um gigante segue de pé, firme e forte, vendo o título cada vez mais próximo. O outro cai, mesmo que lutando, e fica novamente aquém do que exige sua história. O Inter bateu o Flamengo por 2 a 1 na noite desta quarta-feira (20), no Beira-Rio, e garantiu vaga nas semifinais da Copa do Brasil. O gol da vitória e da classificação colorada justamente de um ex-flamenguista. Andrezinho, com cobrança de falta impecável, assegurou a vitória aos 44 do segundo tempo.

O adversário vermelho na próxima fase é o Coritiba, que passou pela Ponte Preta. A outra semifinal coloca Corinthians e Vasco frente a frente. Os duelos começam já na semana que vem.

A desclassificação complica ainda mais o Flamengo em um momento que já era de instabilidade, com as falhas sistemáticas do ataque, as reclamações de Juan e a insatisfação de figuras importantes do clube com a contratação do sérvio Petkovic. O Inter, pelo contrário, respalda ainda mais o ótimo momento. São 17 vitórias seguidas no Beira-Rio em 2009. O time gaúcho não leva um golzinho sequer há sete partidas, seja em casa, seja fora.

Passado o jogão do Beira-Rio, colorados e flamenguistas voltam a pensar no Campeonato Brasileiro. O Inter, líder da disputa, encara o Goiás no sábado, no Serra Dourada, possivelmente com time misto. O Flamengo visita o Santo André no domingo.

Flamengo dá gol para o Inter

Não se erra um recuo de bola em decisão. Muito menos contra um time como o Inter. Pior ainda na direção de Nilmar, talvez o jogador mais rápido do futebol brasileiro. Pois foi exatamente o que aconteceu aos 42 minutos de um primeiro tempo que não dava pinta de ter gol. O flamenguista Juan tinha a bola dominada. Ao recuar, errou feio. Nilmar, feito um velocista de 100 metros rasos, partiu em disparada pela ponta esquerda de ataque. Ele chegou muito antes da zaga carioca. Aí foi só espiar para dentro da área e perceber Taison ali, louco para receber, doido para marcar. Bruno ainda tentou abafar, mas não conseguiu. O chute de Taison entrou mansinho. O Beira-Rio explodiu: 1 a 0 para o Inter.

Foi um raro erro defensivo em uma etapa inicial de muito mais virtudes das zagas do que dos ataques. Os jogadores de frente, tanto os do Inter quanto os do Flamengo, sofreram com a marcação da zagueirada. O jogo ficou entre as duas intermediárias, em uma disputa ferrenha no meio. Guiñazu foi em todas as bolas, as possíveis e as impossíveis. Em alguns momentos, até exagerou um pouco na força. Sandro foi menos efetivo do que nos últimos jogos, talvez pela ausência de Magrão. D’Alessandro passou o tempo todo procurando o encaixe com o ataque, mas sempre faltou um detalhe, um centímetro, um segundo para colocar o colega na cara do gol.

O Flamengo partiu para o ataque de forma envolvente, contando com passes curtos e rápidos entre jogadores como Kleberson, Ibson, Leo Moura, Juan e Zé Roberto. A zaga colorada, bem postada, impediu que a bola chegasse até Obina. Mesmo assim, os visitantes assustaram. Aos 37 minutos, Kleberson tabelou com Ibson e ficou de frente para o gol de Lauro. O chute saiu por muito pouco. Antes, Ibson já havia arrancado os cabelos de tanta incredulidade ao ver belo chute lamber o ângulo colorado. Quase.

O time gaúcho apostou na velocidade: ou lançamentos para Nilmar, ou triangulações rápidas o suficiente para bater a zaga flamenguista. Mas não deu certo. O trio defensivo dos rubro-negros marcou forte e evitou que o Inter conseguisse encaixotá-lo. A melhor chance vermelha foi uma falta sofrida e batida por D’Alessandro. Bruno pegou bem.

Tudo indicava que o primeiro tempo ficaria zerado. E aí Juan errou o recuo. E Nilmar partiu em disparada. E Taison fez o gol. E o Beira-Rio explodiu – um pouco de alegria, um pouco de alívio.

Alta tensão

O segundo tempo, não poderia ser diferente, foi de alta tensão. Se fizesse um gol, o Flamengo ficaria perto de classificação. Se marcasse mais um, o Inter acabaria com o jogo. O desenho da etapa final foi o único possível: cariocas partindo com tudo para o ataque, gaúchos preparando o veneno do contragolpe. Foi assim que surgiram as oportunidades.

Ibson, com quatro minutos, recebeu de Juan e mandou o chute. A bola passou perto. Taison, aos oito, disparou em linha reta na direção da área. E aí chutou, também com perigo. Rosinei, um minuto depois, dominou pela direita e bateu cruzado. Bruno mandou a escanteio. O jogo ficou frenético.

Cuca fez o possível para evitar a derrota. E uma das tentativas foi certeira. A entrada de Emerson no lugar de Zé Roberto valeria a classificação. Aos 29 minutos, quando o Inter dava sinais de que conseguiria controlar o Flamengo, Kleberson fez boa jogada pela direita e mandou para o Sheik, que completou para o gol.

A vaga parecia ser rubro-negra. Só parecia. O Inter seguiu lutando, com a torcida inflamada, e chegou à vitória com Andrezinho. Foi uma cobrança perfeita, indefensável. Um golaço do tamanho do jogo, do tamanho da festa, do tamanho de dois clubes que fizeram um grande duelo.

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