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Anderson Aquino garantiu a vitória do Coxa sobre o Ceará | Walter Alves / Gazeta do Povo
Anderson Aquino garantiu a vitória do Coxa sobre o Ceará| Foto: Walter Alves / Gazeta do Povo

Festa em verde e branco

A torcida compareceu para apoiar o Coxa na busca da vaga na final inédita da Copa do Brasil. No total, 29.833 pessoas estiveram ontem no Couto Pereira, sendo 27.317 pagantes. O público só foi menor do que o da goleada por 6 a 0 sobre o Palmeiras nas quartas de final, quando um total de 31.278 coxas foram ao estádio.

Famílias enfrentam a distância pelo Vozão

O clima de decisão animou os mais de 100 torcedores cearenses, que não pensaram duas vezes antes de encarar as baixas temperaturas do Sul para acompanharem o Vozão. Em meio a simpatizantes do time nordestino, muitas famílias viajaram unidas pelo fanatismo cearense.

A família Colares é um exemplo, tanto que seus integrantes já acumularam muitas milhas aéreas conquistadas nas jornadas ao lado do Alvinegro. No Alto da Glória, o clã estava representado pelo casal Jackson e Carol, além da irmã Vanessa. "Desde pequenos fomos educados a torcer pelo Ceará e quando casei, ela também aderiu e acompanha a gente", afirmou Jackson. Eles estenderão o passeio até Porto Algre para assistir ao jogo do time cearense contra o Internacional, domingo, pela Brasileiro. "Já que viemos ao Sul, vamos fazer a viagem completa", ressaltou Vanessa.

Já Júlio Lima veio de São Paulo e se juntou ao irmão Paulo Portela e ao sobrinho Marcio Moreno, que residem em Fortaleza e são fiéis sócios-torcedores do Ceará, mesmo no aperto do Estádio Presidente Vargas. Juntos já conheceram muitas capitais brasileiras, mas reclamaram do efetivo policial montado na entrada dos visitantes no Couto Pereira, que consideraram exagerado. "Semana passada nós recebemos muito bem os alviverdes. Não acho que seriam necessários tantos policiais para nos receber", criticou Portela. (GH)

Três horas antes de o jogo começar, o trânsito já era intenso nas cercanias do Couto Pereira. E para dificultar ainda mais o acesso ao campo, quarta-feira é dia de novena na vizinha Igreja do Perpétuo Socorro. Quem deixou para chegar próximo ao horário de a bola rolar, às 21h50, enfrentou extrema dificuldade.

Dentro do estádio, ainda muito cedo, os torcedores já começavam a ocupar os seus lugares. Na curva onde fica a torcida organizada, eram estendidas faixas brancas com o nome do clube, en­­quanto dos alto-falantes se ouvia, sem parar, "Coxa, Coxa, Coxa".

"Decidi chegar com bastante antecedência, pois na partida com o Palmeiras acabei entrando atrasado. Além disso, é bom para ir matando a ansiedade. Desde o primeiro confronto com o Ceará, na semana passada, eu estava esperando chegar o dia de hoje [ontem]. Não aguentava mais ficar em casa", declarou o militar aposentado Jamil Mello, 59 anos.

A expectativa era idêntica entre a molecada. Agitados, conversando sem parar, estavam Ben e dois Daniel, o Paciornik e o Weishof. Entre eles, uma certeza: é a melhor fase do Alviverde desde que eles se tornaram torcedores.

"O Coxa jogou mal em 2009 [ano do rebaixamento para a Segunda Divisão], se recuperou em 2010 e agora está perto de um grande título. É muito legal", disse Daniel Weishof, 11. "O time está muito bom desde o começo do ano. É muita emoção", disse Ben Lerner, também 11. "Está muito bom vir nos jogos", completou Daniel Paciornik, 10.

Às 21 horas, ecoou o grito de "Verdão-eô", preparando a galera para o que estava por vir. Veio a seguir uma estrondosa vaia para dirigentes do Ceará que passaram pelo gramado rumo ao setor de visitantes. Bem diferente foi a recepção, calorosa, para os dois goleiros do Coxa, o titular Édson Bastos e o reserva Van­­derlei, durante o aquecimento.

A confiança era absoluta do lado verde-e-branco em busca da classificação para a final da Copa do Brasil. "Acompanhamos o trabalho durante a semana, a palestra do treinador, acreditamos na vitória. Tudo foi feito para isso", afirmou o vice-presidente do Coritiba Vilson Ribeiro de An­­drade. O dirigente confirmou ontem que o clube está próximo de alcançar a marca de 28 mil associados.

Com a bateria da organizada soando forte, a 30 minutos do início da partida, e a formação da tradicional "ola", o clima es­­quen­­tou definitivamente. Até que na subida da equipe do vestiário para o campo, a explosão na arquibancada. Uma queima de fogos de artifício e um grande número de mascotes acompanharam os últimos minutos antes da disputa pela sobrevivência na competição. A tensão cresceu com a demora para a definição da vaga inédita. Que tardou, mas veio com o gol de Anderson Aquino, libertando da agonia milhares de coxas.

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