• Carregando...
Edson Luiz Berlleze, gerente de fiscalização da Urbs, mostra um dos 28 ônibus depredados no Atletiba de domingo | Priscila Forone/ Gazeta do Povo
Edson Luiz Berlleze, gerente de fiscalização da Urbs, mostra um dos 28 ônibus depredados no Atletiba de domingo| Foto: Priscila Forone/ Gazeta do Povo

Atletiba de uma torcida só. Essa deve ser a primeira reação após a onda de violência e vandalismo que culminou no atropelamento do torcedor do Atlético João Henrique Mendes Xavier Vianna, no domingo, após o jogo entre Atlético e Coritiba, pelo Campeonato Brasileiro de futebol. O estudante segue internado em estado gravíssimo.

A proposta, apresentada à Polícia Militar (PM) na semana passada, durante a reunião que montou o esquema de segurança para o clássico, será rediscutida amanhã, em novo encontro com re­­presentantes das diretorias das torcidas organizadas. A conversa está pré-agendada para começar às 9 horas, no quartel da PM, no centro de Curitiba. A tendência é que a torcida única valha já para o Es­­tadual do ano que vem.

"Vale a pena propor, experimentar. Quem sabe dá certo", afirma o Major Arildo Luís Dias, responsável pela coordenação policial no clássico do Couto Pereira, sem muita convicção sobre a validade da sugestão.

A medida deve ser bem aceita pelos clubes. Marcos Malucelli, presidente do Atlético, e Tico Fon­toura, presidente do Conselho Deliberativo do Coritiba, mostraram-se favoráveis à mudança.

"Conversei com o presidente (do Coritiba, Jair) Cirino, ainda no primeiro turno, e falei para reduzir o espaço da torcida adversária. Reduzir até chegar a zero, se os problemas não forem resolvidos. Sou favorável", revelou Malucelli. "Se o Ministério Público e as pessoas encarregadas pela segurança iniciarem um movimento, terão a companhia do Atlético", prosseguiu.

Fontoura citou um exemplo do exterior para defender a ideia. "Sou inteiramente favorável. Está sendo adotado em clássicos na Argentina, especialmente entre Boca e River. É uma medida que já deveria ter sido tomada, pois falamos em dois ou três jogos por ano e diminuiria as confusões em dia de clássico", argumentou.

As torcidas organizadas também se mostraram inclinadas a aceitar a restrição. "A Torcida Orga­­niza Os Fanáticos apoia totalmente essa iniciativa", ressalta Juliano Rodrigues, vice-presidente da uniformizada.

Luiz Fernando Corrêa, o Pa­­pa­­gaio, presidente da Império Alvi­­verde, em um primeiro mo­­mento concorda com a ideia. "Se quiserem fazer, estaremos juntos. Quando o problema é dentro do estádio, como no caso das bombas na Arena (0 a 0 em julho), ficaria resolvido", diz.

O presidente da principal facção ligada ao Coxa, porém, faz ressalvas sobre a relação da proposição com o fim da violência nas re­giões mais afastadas da cidade.

"Não sei se vai ter o re­­sultado prático. Quem não vai ao jogo, acaba se encontrando (com rivais) de tudo quanto é jeito. Quem só quer brigar, vai continuar brigando", afirma.

Opinião compartilhada pelo Major Arildo. Apesar de exaltar o teste, ele prefere indicar outros caminhos. A PM quer implementar até o ano que vem um cadastro com o nome, números de do­­cumentos, endereço e fotografia dos torcedores ligados às subdivisões das organizadas, conhecidas como comandos, uma forma de quebrar a lei do silêncio vigente entre os integrantes das uniformizadas. Outra medida seria o au­­mento do efetivo policial nos dias de clássico.

* * * * *

Interatividade

Atletiba com apenas uma torcida é a solução para acabar com a violência em dia de clássico?

Escreva para arquibancada@gazetadopovo.com.br

As cartas selecionadas serão publicadas na Gazeta Esportiva

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]