Atlético-PR e Fluminense fecharão nesta quarta-feira (28), às 21h45, no Maracanã, pela semifinal da Sul-Americana, mais um capítulo de uma rivalidade marcante. Ídolos em comum, confrontos históricos e equilíbrio traçam a história dos embates entre o Rubro-Negro paranaense e o Tricolor carioca.
A história dos clubes começou a ser traçada pela idolatria ao ‘Casal 20’, dupla de ataque formada por Washington e Assis. Os ex-atacantes estão eternizados com direito a busto nas Laranjeiras, sede do Fluminense. Os dois formaram o avassalador ataque atleticano e foram campeões paranaenses em 83 depois de um jejum de 12 anos sem taças. No Brasileirão, ganharam destaque com o time que chegou até a semifinal.
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No ano seguinte, o Casal 20 – apelido ganho nos tempos de Furacão por causa de um seriado de TV da época – foi transferido para o Fluminense. No Rio de Janeiro, eles apresentaram a sintonia da dupla ao Brasil. Ganharam o Brasileirão de 84 e foram tricampeões cariocas (83, 84 e 85). Washington morreu em maio de 2014, aos 54 anos, após travar uma luta contra esclerose lateral amiotrófica. Dois meses depois, Assis também faleceu, aos 61 anos, vítima de uma infecção. Ambos moravam em Curitiba.
“A ideia era fazer uma grande homenagem aos dois em vida. Mas foi tudo muito rápido. Seis semanas separaram a morte deles. Então o clube fez uma arrecadação com a torcida e conseguimos R$ 200 mil para a produção dos bustos do livro e demais homenagens, que foram lançadas no início de 2015”, explica Dhaniel Cohen, comunicador do Fluminense e autor do livro ‘Recordar é viver’, que homenageia o Casal 20.
Essa idolatria partilhada entre as duas torcidas fez com que Atlético e Fluminense fossem adversários cordiais. Até o fatídico encontro pelo Brasileirão 96. Os cariocas lutavam contra o rebaixamento e perderam por 3 a 2 nas Laranjeiras. O jogo terminou em pancadaria entre os atletas e invasão da torcida no gramado. O goleiro Ricardo Pinto, do Atlético, e que havia defendido o Flu por nove anos, foi agredido com uma barra de ferro na cabeça e teve que ficar três meses afastado dos gramados. Hoje, o estádio é usado apenas para jogos das categorias de base, mas mantém o tom nostálgico e ‘romântico’ do futebol com direito a sala de troféus e quadro de honrarias.
O Tricolor foi rebaixado naquele ano, mas conseguiu a ‘virada de mesa’ no tapetão após uma denúncia envolvendo Ivens Mendes, ex-presidente da Comissão de Arbitragem da CBF, em que o dirigente pedia propina a cartolas em uma gravação. Entre eles, estava Mario Celso Petraglia, na época presidente do Atlético e atualmente presidente do Deliberativo do clube. Na Justiça Comum, o processo não deu em nada pela falta de provas. O Atlético foi punido no Brasileirão de 97 com a perda de cinco pontos e o rebaixamento do Fluminense foi anulado.
Confrontos marcantes
Outras três ‘decisões’ foram disputadas entre os clubes desde então. Mas uma em especial foi marcante. Foi um dos melhores jogos do Brasileirão 2001 e há quem diga que o título brasileiro do Atlético foi desenhado naquela tarde de 9 de dezembro. Com uma atuação épica e três gols de Alex Mineiro, o Furacão venceu o Fluminense por 3 a 2, de virada, e garantiu a vaga na decisão do Nacional.
Já em 2007 foi a vez do clube da zona sul do Rio de Janeiro dar o troco. Na Copa do Brasil, os cariocas eliminaram o Atlético nas quartas de final e abriram caminho para levantar o caneco. O último mata-mata entre os rivais também foi vencido pelos cariocas. Na primeira edição da Primeira Liga, torneio criado pelos clubes de forma independente, em 2016, o Fluminense venceu o Rubro-Negro por 1 a 0 na final e foi campeão. O torneio ainda teve outra edição em 2017, mas neste ano não foi realizado por falta de datas.
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