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Tido como um dos favoritos ao título da temporada do Campeonato Mundial de Carros de Turismo (WTCC), o curitibano Augusto Farfus Júnior já elegeu os seus principais rivais em 2010 na briga pelo caneco. Em papo com a imprensa na tarde desta quarta-feira, no Hotel Deville, em Curitiba, o piloto da BMW acredita que três europeus estarão muito vivos pelo lugar mais alto do pódio ao final do campeonato.

"Acho que eu, o Andy Priaulx (BMW), o (Gabriele) Tarquini (Seat) e o (Yvan) Muller (Chevrolet) disputarão o título deste ano. A Chevrolet tende a ser a surpresa, foi a equipe que mais treinou e até chegaram a conversar comigo, se eu não gostaria de mudar de time. Eles virão forte, mas a Seat segue favorita, embora tenha deixado como equipe oficial, porém seguirá dando todo o suporte aos seis carros que virão a Curitiba", afirmou Farfus.

Para as três primeiras etapas (Curitiba, Puebla-MEX e Marrocos), o curitibano sabe que o domínio tende a ser da Seat, já que as condições das cidades e das pistas dão vantagem aos motores turbo diesel do time espanhol. Todavia, a meta da BMW é se manter o mais próxima possível dos rivais e tirar a provável diferença nas provas europeias, nas quais o equilíbrio será maior entre todas as equipes.

"Eu venci em casa em 2007, mas as condições não nos ajudam neste começo de temporada", comentou, sem esconder que é sempre uma satisfação correr em casa. "Acho que sou o único que corre na cidade onde nasceu na categoria, então é ótimo poder dormir em casa, pelo menos por alguns dias. Saí muito cedo daqui, então é sempre gratificante voltar. Amo a cidade e é algo especial", completou Farfus.

Sobre a sensação de sempre "bater na trave", o piloto espera "exorcizar" todos os fantasma e beliscar o título finalmente neste ano. "O Tarquini teve, no ano passado, uma média de 11 pontos por fim de semana, algo muito alto mesmo, por isso foi campeão. Começamos muito mal em 2009, então esperamos poder reverter isso e terminar melhor ainda, se possível vencendo o campeonato".

Curitibano analisa F-1 e mercado automobilístico

Por correr na BMW e estar na categoria que vem a seguir na lista de mais importantes da Federação Internacional de Automobilismo (FIA), o assunto Fórmula 1 sempre é pauta nas entrevistas de Augusto Farfus Júnior. O piloto também abordou o tema e fez uma análise do quadro atual na Europa. A saída do time alemão da F-1, segundo ele, ajudou a equipe no WTCC.

"Muitos engenheiros da BMW na F-1 vieram para a nossa equipe e estão ajudando muito, principalmente na parte traseira do carro. A falta de tração é um dos nossos principais problemas, mas teremos melhorias em todo o carro", disse. E não parou por ai.

"Ouvi de jornalistas lá que a F-1 parece ser a única categoria que vai contra a crise. As montadoras saem, as pequenas vendem as suas vagas e os custos seguem altos. Não dá para saber onde isso vai parar. De forma geral, todas as categorias estão sentindo a crise, mas o WTCC é uma das que está sofrendo menos e é, talvez, a que sairá melhor dela", comentou o curitibano.

O sonho de correr na principal categoria do automobilismo mundial, embora não de todo descartado, é algo que pouco mexe com o piloto atualmente.

"Convites para correr na F-1 neste ano apareceram, sempre surgem. Mas para começar a conversar 8 milhões de pounds (cerca de R$ 23 milhões), ou aceitar ganhar US$ 250 mil por corrida. Acho que correr lá sempre foi um sonho, tive o azar de entrar na BMW no ano em que começaram os cortes nos treinos, então tive poucas oportunidades de andar com o carro da F-1. Hoje sou um profissional e não posso viver de sonhos, cheguei onde cheguei pelo meu talento, até porque tenho um companheiro britânico e o mercado na Inglaterra, para a BMW, é enorme, enquanto no Brasil as vendas são insignificantes. Não deixaria o que alcancei para correr no fim do grid, seja qual categoria for", concluiu.

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