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Enrique Bernoldi negocia destinos para 2010 e espera dias melhores nas pistas brasileiras | Divulgação
Enrique Bernoldi negocia destinos para 2010 e espera dias melhores nas pistas brasileiras| Foto: Divulgação

Continuidade. Esta é a palavra de ordem do piloto paranaense Enrique Bernoldi para a temporada 2010. Foi também o que faltou neste ano a quem correu em três categorias diferentes – Stock Car, Fórmula Superliga e FIA GT – e somou altos e baixos. Enquanto curte férias com a família no Brasil, Bernoldi conversou com a Gazeta do Povo e garantiu que o objetivo é seguir correndo na Europa. Na avaliação deste ano na sua carreira, o piloto também não poupou críticas ao automobilismo nacional.

Confira a íntegra do papo com Enrique Bernoldi:

Três categorias em apenas um ano não é muita coisa Enrique?

É, comecei a temporada na Stock Car porque eu vinha de uma operação na mão, ainda sofrida na época que corria na Fórmula Indy. Fiquei seis meses parado, passei por dois procedimentos, foi algo delicado, e então consegui um patrocínio para quatro provas na Stock. Fiz mais para não ficar parado, e se estivesse andando bem até consideraria fazer o ano todo, mas eu tive duas quebras que me tiraram bons pontos, ficando sem chance de playoff. Não tentei continuar, embora tenha andado até bem em alguns momentos. Tinha um pré-acerto para correr na F-Superliga pelo Flamengo, e a FIA GT foi uma surpresa, não esperava correr lá, mas foi nesta categoria que colhi meus melhores resultados. Fiz pole, liderei provas e venci também.

É no turismo europeu que está o seu futuro em 2010?

Gostaria de fazer um campeonato inteiro, algo que não fiz neste ano. Tenho convite para seguir na Superliga, mas estou pensando. Corri em duas equipes diferentes, ambas levando o nome do Flamengo, vivi muitos momentos ruins e faltou estrutura. Espero fazer mais um ano pelo clube se tiver boas condições. Tenho conversas com o FIA GT também, mas nada definido com equipe alguma. Lá tenho um desafio um pouco diferente, várias montadoras competindo, e com a minha entrada a nossa equipe conseguiu colocar a Corvette com chances de competir com a Maserati, algo que não vinha ocorrendo antes. Fiz um trabalho bom, por isso é uma boa possibilidade.

Competir no Brasil nem chegou a passar pela sua cabeça?

Enquanto eu tiver as portas abertas na Europa não tem motivo para correr no Brasil. O nível de carro é outro, embora eu tenha achando o nível dos pilotos aqui muito bom neste ano, porém o nível de competição lá fora é muito mais alto.

Até teve uma especulação de que você poderia correr na equipe do Ricardo Zonta na Stock em 2010, já que vocês são muito amigos...

É verdade, somos amigos há anos, a equipe dele foi muito bem, tanto que ele fará o ano todo da Stock, mas nunca chegamos a conversar nada neste sentido. Temos um contato constante, porém sempre sobre outras coisas fora do automobilismo mesmo.

Pelas suas palavras, a sua análise a respeito do automobilismo nacional atualmente não é das melhores, não?

Na época em que corria de kart e fui para Europa os valores eram outros. Tínhamos de ter alguma categoria aqui que estimulasse algo, fazer o piloto ganhar um incentivo. Nos Estados Unidos por exemplo, o piloto que ia bem na Atlantic ganhava como prêmio um teste na Champ Car. Na Europa a Fórmula 3 oferece algo parecido. Aqui o nosso automobilismo está resumido à Stock, que é uma categoria cara. Li recentemente inclusive que a Stock tem o segundo campeonato no mundo com o quilômetro mais caro. Acho que os preços, não só lá, mas para competir no Brasil precisariam baixar.

Cada vez mais focado no turismo, você ainda se vê correndo por alguma categoria de monopostos além da F-Superliga?

Se tivesse chance na Fórmula 1 eu largaria qualquer categoria, é de longe a melhor do mundo. Já fiz a Indy durante uma temporada toda, até estive no GP Brasil deste ano (em Interlagos) para sondar algumas equipes de F-1, mais pela minha experiência lá, contudo, do jeito que as coisas estão, o que manda mesmo é o dinheiro. Assim eu sou uma carta fora do baralho, uma vez que o que posso oferecer não me ajuda muito a tentar retornar. Hoje patrocinador compra vaga.

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