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O Brasil vai precisar de um forte trabalho psicológico nos próximos anos para conseguir superar uma enorme cobrança e então conquistar a Copa do Mundo de 2014 que será realizada no país, afirmou o ex-técnico da seleção Carlos Alberto Parreira.

Campeão mundial em 1994, depois de um jejum de 24 anos, Parreira sentiu na pele a pressão por um título e sabe o tamanho da carga que a seleção vai ter de enfrentar no primeiro Mundial realizado em casa desde 1950, quando acabou derrotada de forma inesperada na final contra o Uruguai.

"Viremos de duas derrotas nas Copas de 2006 e 2010, e pode ter certeza que a pressão vai ser muito grande sobre a seleção. Será uma responsabilidade enorme", disse à Reuters Parreira, que está cotado para assumir uma posição na comissão técnica do novo treinador do Brasil, Mano Menezes.

"Já perdemos uma Copa em casa e não podemos perder a segunda em casa. Não podemos permitir isso. Isso vai colocar um pressão gigante e teremos que, além da preparação técnica, ter uma preparação psicológica grande", acrescentou.

A preocupação de Parreira também já foi manifestada pelo próprio Mano Menezes, que afirmou logo após sua apresentação que pretende contratar um psicólogo para trabalhar a seu lado na seleção.

Parreira pontuou ainda outros agravantes que tornam a trajetória até 2014 mais difícil. Ele destacou que o Brasil passa por uma renovação radical após os fracassos no últimos dois Mundiais, e lembrou que o jejum de títulos mundiais já será de 12 anos quando o país receber o Mundial.

"Fomos os únicos dos campeões a perder um Mundial em casa. Depois de dois fracassos em Mundial a renovação é quase um imposição para o treinador. Sempre abre-se um novo ciclo quando você perde", disse Parreira, que está de férias no país após ter treinado a África do Sul no Mundial deste ano realizado no país africano.

Renovação

Parreira, que estava à frente da seleção na derrota para a França nas quartas de final da Copa de 2006, elogiou a estreia de Mano Menezes no comando da seleção, a vitória por 2 x 0 sobre os Estados Unidos na semana passadaCom jovens como Neymar, Paulo Henrique Ganso e Alexandre Pato, a equipe mostrou um futebol ofensivo que o público e a mídia cobravam da equipe treinada por Dunga que perdeu para a Holanda no Mundial do mês passado.

"Gostei das novas caras, dos novos jogadores. Qualidade não nos falta. O Brasil é o melhor país para uma renovação. Agora, tem que dar rodagem e experiência a esses garotos até a Copa", disse o treinador.

"Apesar de jovens, são jogadores titulares na principais equipe do Brasil e no mundo. Tem agora, que dar rodagem ao time", acrescentou treinador, que, no entanto, ainda vê espaço no atual time para nomes que estiveram na última Copa como Kaká, Robinho, Daniel Alves, Ramires e Thiago Silva.

A outra dificuldade na caminhada até 2014, de acordo com Parreira, é o fato da seleção não participar das próximas eliminatórias, uma vez que é o país sede da Copa.

Apesar de reconhecer as dificuldades de jogar na altitude e em estádios acanhados na América do Sul, Parreira avalia que as eliminatórias são fundamentais para a preparação de uma seleção para o Mundial.

"No começo do meu trabalho, era contra as eliminatórias por conta da dificuldade e pelo desgaste. Depois mudei de opinião e achei que eles eram essenciais", afirmou Parreira.

Segundo o treinador, o Brasil , sem as eliminatórias, vai ter que aproveitar muito bem as oportunidades como a Copa América da Argentina, no ano que vem, e Copa das Confederações, em 2013, no Brasil.

"A CBF vai ter que fazer uma preparação de amistosos boa e com adversários fortes até 2014. É preciso jogar mais no Brasil, e para isso a CBF vai ter que negociar e trabalhar muito. Tem que já sentir o clima", afirmou.

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