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Os clubes brasileiros mantêm seus técnicos porque estão ganhando? Ou estão ganhando porque mantêm seus técnicos? Impossível saber o que se passa na cabeça dos dirigentes. Porém, uma coisa é certa: há dez rodadas do término do Campeonato Brasileiro, os cinco primeiros colocados têm em seus bancos de reservas o mesmo treinador desde o início da competição. Sinal inequívoco de que o trabalho a longo prazo é pelo menos o caminho mais seguro para o sucesso no futebol.

No líder São Paulo, Muricy Ramalho chegou no começo de 2006, o mesmo acontecendo com o Santos de Vanderlei Luxemburgo, segundo colocado, e o Internacional de Abel Braga, em quarto. Na terceira posição, o Grêmio conta com Mano Menezes desde abril de 2005. Por sua vez, o Paraná, na quinta posição, é comandado por Caio Júnior a partir da estréia do nacional. Todos brigando pelo título – apesar da vantagem são-paulina – e firmes na disputa por uma vaga na Libertadores da América (o Inter, campeão da edição 2006, já está classificado).

"Eu não tenho dúvidas que manter o técnico é uma boa, mas é preciso também ter uma estrutura eficiente e um bom elenco de jogadores. O São Paulo é a prova disso, pois mesmo mexendo no cargo nos últimos anos continua forte", afirma Paulo Vinícius Coelho, comentarista da ESPN Brasil e autor das perguntas que abrem essa matéria.

O representante da casa, Caio Júnior, ressalta como aspecto fundamental uma boa análise da capacidade do técnico pelo clube, e reforça a importância do planejamento. "Todos os times que estão em cima tiveram momentos ruins no campeonato. Mesmo assim, os dirigentes acreditaram no trabalho pois sabiam da competência de seus profissionais", disse o paranista.

O "chefe" de Caio Júnior, o presidente José Carlos de Miranda, relembra uma performance recente do Paraná para justificar a opção por manter o técnico. "Em 2003 tínhamos um elenco tão bom quanto este, mas trocamos cinco vezes e onde fomos parar? Em 11.º. Com certeza manter o técnico tem sido fundamental para nossa boa campanha", disse.

E para corroborar a tese do acerto em insistir com os técnicos, basta olhar para a parte debaixo da tabela. Entre os times ameaçados de rebaixamento estão os campeões da "dança das cadeiras". Responsáveis por grande parte das 25 mudanças em 27 rodadas. Nesta última, a 28.ª, ninguém caiu.

O lanterna Santa Cruz mudou seu treinador quatro vezes – Giba, Valdir Espinosa, Maurício Simões, Ernesto Guedes e agora Fito Neves. Já o São Caetano, em penúltimo lugar, está no sexto comandante diferentes. O Fortaleza, ante-penúltimo, no quarto, e o Corinthians, primeiro da zona da degola, tem em Émerson Leão o terceiro treinador a dirigi-lo no Brasileiro.

"Os dirigentes sofrem pressão da torcida e vão pelo caminho mais fácil", aponta Dionísio Filho, comentarista da Rádio Banda B e colunista da Gazeta Povo. "Só que a troca é um problema, pois cada treinador vem com um discurso diferente, outra maneira da equipe atuar, isso confunde o atleta", completa.

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