Personagens
Vanderlei ganha aplausos, Édson Bastos vira alvo de provocações
O desempenho mais ansiado pela torcida coxa-branca ontem era o de Vanderlei, escalado no lugar de Édson Bastos, depois das falhas nas últimas partidas. E, mesmo com apenas 360 minutos jogados nos últimos nove meses, o paranaense de Porecatu trabalhou bem. Pouco, mas bem.
Vanderlei só fez a primeira defesa aos 27 minutos, quando Emerson Sheik invadiu a grande área pela direita em velocidade e bateu cruzado. O arqueiro tocou de leve a bola e impediu que o Corinthians abrisse o placar. Esta e as demais defesas foram bastante comemoradas nas arquibancadas mais do que o habitual, reforçando a aprovação da mudança promovida pelo técnico Marcelo Oliveira.
Édson Bastos passou pela humilhação de ser ovacionado pela torcida adversária, que gritou seu nome quando ele, Vanderlei e o preparador de goleiros, Marcelo Giacomelli, subiram do vestiário ao campo para o aquecimento. A torcida coxa-branca respondeu com vaias. "É com muita tristeza que ele [Bastos] recebe isso. Tem uma história de títulos pelo clube. Foi uma falha [do jogador] e [os torcedores] jogaram tudo do ídolo fora", declarou Giacomelli.
No segundo tempo, Vanderlei foi mais exigido e correspondeu à altura. Também contou com a sorte: os dois chutes de Alex pararam na trave um deles já nos acréscimos, aos 46 minutos. (AB)
Adversário
Derrota ameaça liderança
Com a derrota para o Coritiba, o Corinthians amplia a alternância de bons e maus resultados, abrindo espaço para Botafogo e São Paulo sonharem em assumir a liderança do Brasileirão. O Timão segue com 40 pontos, dois a mais que o Tricolor paulista, que chegou aos 38 pontos ao vencer, no sábado, o Figueirense. Já o Alvinegro carioca tem 37 pontos, mas não jogou neste final de semana e fica com um jogo a menos que o Timão.
Desde que perdeu a invencibilidade na competição, há dez rodadas, o Corinthians disputou 33 pontos e ganhou apenas 12. Segue líder beneficiado pelos deslizes de seus rivais, como o Vasco, que perdeu para o América-MG e desperdiçou a chance de chegar aos 41 pontos. Nas últimas 11 partidas, a equipe do técnico Tite perdeu quatro, empatou três e venceu outras três. O próximo confronto é contra o Flamengo, no estádio Pacaembu, na quarta-feira. (AB)
Um único gol é capaz de muita coisa. A vitória do Coritiba em casa sobre o Corinthians, ontem, pelo placar mínimo foi prova disso. O efeito mais importante foi o salto na tabela do Brasileirão: com os três pontos ganhos, o clube saltou da 12.ª para a 8.ª posição, com 29 pontos.
Bater o líder da competição no Estádio Couto Pereira diante de 29,2 mil torcedores também deu ânimo para o Alviverde seguir na sequência de confrontos contra times do G4 na quinta-feira, reencontra o Vasco, terceiro colocado (38 pontos) e contra quem perdeu a final da Copa do Brasil.
Em seguida, recebe o Botafogo (37 pontos), quarto colocado. "Não podemos estar eufóricos [com o triunfo de ontem], mas é um parâmetro de que podemos fazer mais pela frente", resumiu o técnico Marcelo Oliveira.
O 1 a 0 de ontem foi resultado da dificuldade imposta pelo Corinthians forte na marcação e veloz no contra-ataque superada pelo Coritiba. E foi ressaltada pelos jogadores como prova de que a equipe aprendeu a lição do revés na rodada anterior.
"Precisávamos disso. Em Goiânia [na última quarta-feira, quando o time foi derrotado por 3 a 1 pelo Atlético-GO], acertamos duas na trave, mas perdemos o jogo. Hoje [ontem], o Vanderlei voltou com sorte", disse o meia Rafinha, destaque do time coxa-branca. Ele jogou com a camisa com o número 100, referência à quantidade de partidas que disputou pelo clube.
"No jogo passado, só deu Coritiba, mas perdemos. Agora, vimos que bola na trave não vira nada", complementou Leandro Donizete, referindo-se a dois belos chutes do corintiano Alex, aos 40 e 46 minutos do segundo tempo, que pararam na trave da meta de Vanderlei.
Sem os atacantes Bill, que não jogou por questões contratuais, e Leonardo, machucado, o Coritiba sentiu a falta de um jogador na linha de frente para finalizar.
O gol foi do lateral-direito Jonas, aos 27 minutos do segundo tempo, depois do cruzamento de Rafinha, na direita, que Éverton Costa ajeitou de cabeça para o lateral também cabecear, no canto esquerdo do goleiro Júlio César.
Anderson Aquino e Marcos Aurélio, a quem cabia a função, pouco produziram.
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