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Com o tempo fechado, organização da corrida aérea carioca decidiu não colocar em risco os competidores. Melhor para piloto austríaco, que se destacou no sábado | Divulgação
Com o tempo fechado, organização da corrida aérea carioca decidiu não colocar em risco os competidores. Melhor para piloto austríaco, que se destacou no sábado| Foto: Divulgação

Rio de Janeiro - Chuva e vento fortes (de 43 km/h) na Baia de Guanabara cancelaram a etapa brasileira do mundial de corrida aérea, a Red Bull Air Race, no Rio de Janeiro.

Com isso, ficou valendo o re­­sultado da classificação de sábado para definir o campeão. E quem levou a melhor foi o austríaco Hannes Arch, com o tempo de 1min20seg44. O piloto superou os britânicos Nigel Lamb (1min21seg17) e Paul Bonhomme (1min21seg62). Por causa do mau tempo, os jornalistas tiveram de deixar às pressas o centro de mídia montado para o evento.

Ao lado de cerca 200 profissionais da imprensa mundial, a reportagem da Gazeta do Povo acompanhou o evento. A ideia era buscar a razão para o tamanho interesse popular pelo esporte. No sábado, dia da classificação, a estimativa da polícia militar carioca garantiu que mais de 400 mil pessoas lotaram as areias do Aterro do Flamengo. Resultado disso foi um trânsito e estruturas caóticas, preocupante para a cidade provável sede da final da Copa do Mundo de 2014 e que será anfitriã dos Jogos Olímpicos de 2016.

Além de uma dose altíssima de adrenalina, com aviões voando a uma velocidade média 350 km/h pelos "air gates" (pilões infláveis), que medem 20 metros de altura e com espaço entre os pilões 10 metros, a gratuidade do evento é um atrativo e tanto.

Durante a semana, centenas de fãs da categoria se mobilizaram via Twitter, contando que não faltariam de jeito nenhum ao evento. Um grupo de amigos de Belo Horizonte viajou mais de sete horas de moto para estar lá.

Os mineiros e os outros espectadores viram a competição de 14 aviões. Eles partem em sequência, um de cada vez, num circuito de 5,6 km. Os obstáculos devem ser cruzados de forma pré-determinada, pois os comissários de prova verificam se os pilotos passaram de forma correta – se o voo foi desnivelado, alto demais um tocou em um "air gate", por exemplo. Tudo isso pode gerar penalidades. E não é fácil controlar a máquina.

O brasileiro Adilson Kin­dlemann, por exemplo, ficou fo­ra da etapa carioca depois de ter sofrido um acidente nos testes na Austrália. "Não é fácil controlar o avião nos obstáculos. Por isso muitos pilotos procuram memorizar o trajeto antes da prova", explica engenheiro Philipp Kalitin, da Sergey Rakhmanin. O piloto, que dá nome à equipe, usou latinhas de energéticos para criar um traçado no chão do hangar da For­­ça Aérea Brasi­leira, no Ae­­ro­­porto Santos Du­­mont, de onde partem os aviões, e me­­morizá-lo. "São detalhes im­­portantes em meio a tanta tecnologia", com­­­pleta o engenheiro da es­­cuderia russa.

Para voar numa máquina dessas, além de anos de prática de pilotagem, é preciso um alto investimento. São gastos pelo menos US$ 450 mil ( R$ 825 mil). Isso sem contar o motor, que não sai por menos de US$ 60 mil (R$ 110 mil).

"Estamos desenvolvendo uma área que estava estagnada na aviação. Por outro lado, acontece rápido demais e com o foco demasiado em performance, pode se tornar perigoso. Precisamos investir em se­­gurança acima de tudo", alerta o húngaro Peter Bese­­nyei, piloto da Red Bull.

A próxima etapa do Mun­­dial de Corrida Aérea ocorrerá no dia 5 de junho, na cidade de Windsor, no Canadá.

O repórter viajou a convite da organização do evento.

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