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Vídeo: | Antônio Costa / Gazeta do Povo
Vídeo:| Foto: Antônio Costa / Gazeta do Povo

Rio – Em dezembro de 2006, ao ser remanejado para a classe S5, durante o Mundial da África do Sul, o nadador Clodoaldo Silva não imaginou os benefícios que a troca lhe traria no futuro. Apesar de não ter ido bem na competição africana por causa da mudança, a necessidade de intensificar os treinamentos lhe rendeu, por exemplo, melhorar ontem por duas vezes o recorde mundial na prova dos 200 metros, S4, no terceiro dia de disputas dos Jogos Parapan-Americanos do Rio.

Na natação, à medida que o número da classe aumenta, significa menor grau de deficiência no atleta. Por isso Clodoaldo brigou e conseguiu, após o Mundial, retornar para S4, principalmente porque sua paralisia cerebral é considerada estável e irreversível.

Ao colecionar o terceiro recorde mundial no Parapan (na segunda, os 50 m livre, e na terça, os 150 m medley), com o tempo de 2min50s30, Clodoaldo comemorou mais um feito e previu um futuro ainda maior de vitórias. E demonstrou ainda entusiasmo maior para vencer.

Pela manhã, nas eliminatórias, o nadador levou ao desespero o técnico Carlos Paixão, que chegou a chamá-lo de "louco", após melhorar em quatro segundos o recorde dos 200 m livre, de 2min55s75 para 2min51s81.

"Pedi para ele nadar no máximo em até 2min54s. É para bater, tudo bem, mas não precisa ser tão baixo", afirmou. "Isso tudo é resultado do treinamento intensivo que fizemos quando ele foi reclassificado. Aumentamos a carga de trabalho porque iríamos competir com atletas mais fortes do que ele." Em resposta ao treinador, Clodoaldo ressaltou que deseja sempre dar o máximo, principalmente porque não sabe como estará "daqui a alguns minutos". Em seguida, prometeu nova marca à tarde, durante a final. E cumpriu a promessa.

Voltou a nadar bem e estabeleceu um novo recorde para a prova: 2min50s30. E o desempenho do melhor nadador paraolímpico do mundo motivou outros dois brasileiros.

Primeiro, André Brasil nadou os 100 m costas, S10, e baixou seu recorde mundial ao marcar 52s35. Por fim, Daniel Dias melhorou em quatro segundos o recorde dos 200 m livre, S5 – nadou em 2min37s72. Danielson Pontes, nos 100 m peito, S6; e Carlos Farrenberg, nos 400 m livre, S13 foram os outros dois brasileiros que subiram no primeiro degrau do pódio ontem. Até as 19h30, o Brasil havia conquistado cinco medalhas de ouro, três de prata e quatro de bronze.

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