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A Copa das Confederações está mostrando claramente os efeitos da troca de experiências entre os diversos países que adotam o futebol como atividade esportiva importante. Não faz muito tempo e podíamos apontar nos dedos os melhores do mundo e sempre os grandes candidatos aos títulos disputados com repercussão internacional.

Ontem, para exemplificar, a seleção dos Estados Unidos derrotou com autoridade a Espanha, o milionário mercado do futebol internacional. Fenômeno inimaginável até a bola começar a correr na África do Sul pela disputa de vaga na grande final da competição. E os americanos não têm no futebol – soccer para eles – a prioridade nas batalhas esportivas. Cresceram muito. Iniciaram o processo afetivo com o mais popular esporte do mundo quando o Cosmos contratou Pelé, há mais de trinta anos.

Diferentemente do Brasil e de outros quadrantes do mundo da bola o jogo era em gramado sintético. Lembro-me da festa que presenciei em New Jersey na despedida de Pelé, arquivando as chuteiras. Foi emocionante. Ao lado de José Hidalgo Neto (o nosso capitão) e de Lombardi Júnior, comecei a entender o elevado investimento financeiro que os americanos estavam fazendo.

Ontem, o primeiro grande resultado internacional foi colhido, com a conquista do direito de decidir a atual Copa das Confederações, a "avant première" do Campeonato Mundial do próximo ano.

Os jogadores americanos iniciados nos Estados Unidos já fazem parte do mercado mundial, atuando em países onde o futebol tem tradição há dezenas de anos.

A globalização do futebol já permitiu que africanos da Nigéria e de Camarões mostrassem o brilho individual e coletivo das seleções nacionais. A televisão, e mais recentemente a internet, são veículos poderosos de propagação da técnica refinada de futebolistas espalhados pelo mundo. Os segredos de como jogar com talento não existem mais. Agora é saber melhorar fundamentos e treinar muito para amolecer o corpo, como faz quem quer dançar com classe um bom tango.

E hoje o Brasil

Dono do melhor futebol do mundo – histórias maravilhosas e conquistas memoráveis – o Brasil enfrenta a África do Sul, que faz parte da inclusão social no universo do futebol. E, depois da derrota da Espanha contra os americanos, deve pensar muito sobre os efeitos da surpreendente zebra, sempre pronta para atacar os favoritos. A decisão dos meus sonhos sempre foi Brasil e Espanha. Como sonhos não são realidade, o que nos resta esperar é que a zebra fique confinada em algum zoológico africano, longe do cenário do jogo. Pelo que já se viu, o Brasil – com alguma folga –, é o melhor time desta Copa e grande favorito para ser campeão. A zebra deve continuar no cativeiro, restando à África do Sul a honra de hospedar a Copa das Confederações.

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