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Em matéria de futebol, o otimismo precisa de freio. Como esporte de resultados imprevisíveis, pelo elevado número de fatores intercorrentes, o excesso de triunfalismo gera surpresas que se repetem sem prévio aviso. As coisas devem ser bem medidas e feitas com cautela, sem medo e derrotismo, com confiança e muito respeito pelos adversários.

É o figurino atual do Coritiba. Os dois últimos jogos foram um encanto para os torcedores. O segundo tempo contra o Barueri foi de boa qualidade técnica. Os maestros, Anderson Lima e Marlos, conduziram o time a uma goleada convincente. Nada aconteceu por acaso. O jogo contra a Ponte Preta não teve técnica. A água acumulada no gramado não permitiu. Mas, a raça e a determinação do Coritiba valeram o resultado. Foi, ao mesmo tempo, um teste de resistência emocional e obstinação pela vitória. Vencer o esquema defensivo da Ponte foi um mérito da garra coritibana.

Nos dois casos foi facilmente perceptível o comando do treinador René Simões, fazendo alterações fundamentais para redesenhar o esquema tático da equipe. Outro dado positivo é que o técnico tem sido feliz na composição do banco de reservas. É um estoque de alternativas, como deve ser o grupo armado para eventuais substituições. A receita está feita. Os ingredientes não podem perder a validade. Raça e técnica, mistura perfeita para quem quer alcançar o objetivo de subir à Primeira Divisão.

O Pan consagra brasileiros

Os nossos atletas estão dando uma lição de como ser competente e acumular medalhas. Os resultados até agora obtidos são consagradores, diante de adversários fortes como Estados Unidos e Cuba, sabidamente, países que dedicam atenção especial ao esporte, pois fazem dele um forte veículo de promoção política. No Brasil não é dispensado tratamento especial aos atletas, muitos dos quais deixam o país para estudar em grandes universidades e treinar para a conquista de resultados técnicos que signifiquem consagração internacional. Tivéssemos uma política de esporte séria, poderíamos ganhar maior projeção. Não se pense que o problema está encravado no atual governo federal, que, apesar de tantos e graves defeitos, consegue dinamizar o Ministério do Esporte e superar várias deficiências crônicas.

As instalações e a organização dos Jogos Pan-Americanos não receberam censuras mais sérias. Em muitos aspectos foram colhidos bons elogios, o que prova que os brasileiros podem alcançar feitos de grande porte. Basta fazer as coisas com honestidade, planejamento e organização.

airtoncordeiro@gazetadopovo.com.br

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