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O futebol brasileiro passou por uma fase de transição. As administrações de clubes e entidades superiores deveriam ter o formato empresarial. Um dos objetivos era quebrar a rotina quase amadora vigente. Clube-empresa foi a grande proposta. A proposta virou uma falácia.

Os clubes viraram reféns dos empresários de jogadores de futebol. Alguns inescrupulosos, despudorados e verdadeiros aproveitadores de jogadores sem preparo intelectual de qualquer espécie. Verdadeiros alienados de cabeça feita por terceiros, estes, atrás do dinheiro fácil conquistado com o trabalho dos outros. Perdeu-se a referência financeira.

O futebol passou a conviver com uma realidade oposta à situação vivida por outras categorias profissionais. Qualquer jogador, sem qualificação, arruma emprego sem ter de passar por um teste. Vale a opinião do intermediário. Milagreiro por trazer alguém ou alguns para o enchimento da prateleira. Quantidade e nada mais.

Não faz tempo o Atlético passou dificuldades sérias por contratar em massa, sem prestar atenção aos predicados técnicos. Para não fugir à regra do mercado, o Coritiba também enfrentou situação semelhante. O Paraná não pode ser considerado o clube da vez. É o clube do quase sempre. Um desastre total. Tão absurdo que pratica a incúria de delegar poderes ilimitados aos treinadores para a formação do elenco. Muitos treinadores são "sócios" de intermediários nas transações feitas sem critérios. O que manda é o dinheiro.

Os clubes um pouco mais organizados possuem estrutura própria e adequada para cuidar de contratações e dispensas. Exemplo: Coritiba e Atlético. Muita gente não entendeu corretamente o conceito de clube-empresa. E os problemas foram se amontoando.

Admiro muito o trabalho de­­senvolvido por São Paulo e In­­ter­­nacional. De ambos não se ouve informações que tratem de escândalos morais, desvio de dinheiro e práticas assemelhadas.

Clube-empresa é aquele moldado para ser estruturado com organograma definido e funções definidas de acordo com uma estrutura profissional. Cada um no seu devido lugar. Interme­­diário de jogador, preferencialmente fora dos estádios, para não contaminar o ambiente.

Memória

Ontem foi dia de lembrar uma fase romântica do futebol paranaense. Em 1953, ano do primeiro Centenário de emancipação política do Paraná, o campeão estadual foi o Clube Atlético Ferroviário. Título histórico. Time formado por Robertinho; Tico e Marcelino; Lalo, To­­cafundo e Alceu Zauer; China, Maurílio, Isauldo, Juarez e Afinho.

Um senhor time. Quase todos, infelizmente, mortos. O acaso colocou o colunista à frente de José Henrique, filho de Maurílio Paiva Vidal, 79 anos, morador da cidade que revelou o seu futebol, Campo Largo (região metropolitana de Curitiba). Um bom papo e muitas histórias inesquecíveis. Saúde, grande Maurílio.

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