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Qualquer reflexão que se faça sobre a vida humana vai nos indicar várias conclusões díspares, desencontradas e surpreendentes. As reações humanas não obedecem a princípios exatos. São emocionais e sujeitas a tempestades, muito sol e céu cinza, tudo ao seu tempo. O futebol também é assim.

O Paraná Clube já foi líder deste Campeonato Brasileiro, disputou uma boa Libertadores, foi vice-campeão paranaense e agora sente o calor do inferno produzido pelo fantasma do rebaixamento.

O Atlético não vive um ano brilhante, ainda assim, esteve perto de decidir a Copa do Brasil. Vai mal no Brasileiro e se apega a todos os santos para fugir do rebaixamento.

E o Coritiba, o mais enfraquecido dos três, vive uma grande fase. Lidera a Segunda Divisão e se continuar determinado e guerreiro pode subir. Imaginemos o Coritiba de volta à elite do futebol nacional e o Atlético e Paraná caindo. Impossível? Não. Muito menos é o meu desejo.

Como a vida, o futebol protagoniza conflitos, contradições e incertezas, dolorosos desfechos provocados por seres humanos, que, além de imperfeitos, são teimosos, desdenham os desafios e ignoram que somos impotentes para corrigir distorções que ganham forma e conteúdo difíceis de eliminar.

É comum empurrar com menosprezo males que poderiam ser eliminados, no mínimo minorados, com atitudes enérgicas e rápidas. Quando as dificuldades crescem rapidamente, como acontece com Atlético e Paraná, as soluções requerem tempo, dedicação e providências que exigem dedicação integral. E mais ainda, muita sorte e inspiração, sem o que bate o desespero e vem a clássica pergunta: onde erramos? Os erros foram tantos que, acumulados, se transformam num cipoal difícil de desatar. É a imprudência, a falta de humildade e o desprezo às forças superiores que agem contra. Não percebidas a tempo, essas forças, quando descobertas, já minaram as resistências dos enfraquecidos e os remédios são impotentes.

O Atlético e o Paraná Clube poderiam ter evitado a situação atual. Nos dois casos faltou melhor planejamento e percepção do amontoado de equívocos. Prudente e escolado (aprendeu apanhando da bola, o Alviverde agiu com rapidez e profundidade e tem o apoio fantástico de sua grande e vibrante torcida. Voltando à Primeira Divisão, o Coritiba deveria destinar uma faixa para cada torcedor. Seria o símbolo do apoio representado por aplausos, lágrimas e energia emocional. Só assim, como age a torcida do Coritiba, é possível reduzir os efeitos sobrenaturais que abalam e derrotam os mais fracos e imprevidentes.

esportes@gazetadopovo.com.br

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