• Carregando...

Não vi o Atlético fazer uma partida convincente neste Campeonato Paranaense. Como o torcedor se satisfaz com os bons resultados, o que o Rubro-Negro está conseguindo fica de bom tamanho. Há algo melhor do que a liderança da competição?

Que o Atlético não tem um grande time todos sabemos. O seu treinador começa a encontrar a formatação ideal, como no segundo tempo de sábado, depois de uma primeira fase sofrível. O fato de marcar gols nos instantes derradeiros do jogo, para este colunista, não quer dizer nada. O jogo só se encerra com o apito final, e fazer gol aos 48 minutos – do ponto de vista prático – tem o mesmo peso que marcar aos 60 segundos. Tudo está dentro do tempo de jogo. Se considerarmos um lance de sorte vencer em cima do final, é bom lembrar que a sorte acompanha os mais credenciados. Vai ser difícil tirar os dois pontos de vantagem do Atlético para a próxima etapa.

Parece que somos ricos

Outro dia o presidente Lula surpreendeu novamente. "Faremos de tudo para sediar os Jogos Olímpicos de 2016", disse o comandante do poder executivo. Quem não conhece a realidade brasileira, a começar pela miséria social, o analfabetismo e o fantástico número dos que se alimentam graças às benesses de tantas bolsas governamentais, imagina que somos um país riquíssimo, capaz de fazer o que quer. Vamos concorrer – apenas ! – com o Japão, Estados Unidos e Espanha e gastar milhões de dólares só para ganhar o direito de promover os Jogos, sem que nenhum brasileiro patriota e sério saiba dizer o quanto vamos torrar de dinheiro depois. Os Jogos Pan-Americanos estão vivinhos em nossas memórias. Legaram ao Rio de Janeiro inúmeras obras ociosas que representam um cemitério de dinheiro desviado de outras obras, sociais, principalmente. A Copa do Mundo de 2014 é a mesma gastança irresponsável por parte de quem não respeita os direitos dos cidadãos.

Sem promoção pessoal

Para evitar o uso do dinheiro do povo em benefício próprio, fiz consagrar na Constituição do Brasil a proibição de aplicar recursos governamentais para a promoção pessoal de autoridades públicas. E depois de discursar defendendo minha proposta, tive a honra de ouvir do respeitável senador Jarbas Passarinho: "Airton, pode voltar ao Paraná tranquilo. Você deu uma corajosa contribuição ao país". A aprovação do texto que redigi trancou a farra que governadores, prefeitos e outros tantos faziam com o dinheiro que os brasileiros repassavam ao governo e era usado para promoção pessoal de autoridades em rádio, televisão e jornais. Sei o que me custou politicamente ter a coragem que enunciou o estimado senador Passarinho, uma das maiores referências da vida pública brasileira.

Minha atitude política, de riscos calculados, em defesa da moralidade pública e com o cuidado e o zelo com o dinheiro do povo, explica por que sou contra a Copa do Mundo e os Jogos Olímpicos no Brasil.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]