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Durante o campeonato inteiro o Coritiba foi o melhor time em campo, o mais organizado nos bastidores e o que demonstrou maior empenho para ser o vencedor, consagrado por mais de vinte e cinco mil torcedores que foram ontem ao Estádio Couto Pereira. Foi emocionante ouvir o choro de dirigentes e jogadores que, ao falarem nos microfones, revelaram do que é capaz a paixão por um clube de fantástica contribuição ao futebol paranaense e brasileiro. Depois de trinta e dois anos, o Coritiba é campeão jogando no seu estádio contra o seu maior adversário de todos os tempos. Vitória tranquila contra um adversário obstinado.

O jogo

O treinador do Atlético tirou o domingo para fazer um grande exercício teórico, ao mexer fortemente na equipe. Tirou o melhor marcador, Valência, e o escalou como ala mesmo sem ser um jogador com vocação ofensiva. Escalou o Alex Mineiro depois de meio ano de inatividade, esquecendo a juventude de Wallyson e Marcelo no banco de reservas. Audácia demais para a decisão de um campeonato. E mais: escolheu para ser zagueiro titular o colombiano Vanegas, que foi muito infeliz enquanto esteve em campo. Não acredito na efetivação do técnico atleticano para o Campeonato Brasileiro. Demonstrou imaturidade.

Já o Coritiba atuou com muita serenidade. Soube aguentar a pressão atleticana no primeiro tempo e voltou para o tempo final com uma nova estratégia de jogo. Foi resoluto ao ataque e tratou de liquidar o clássico aos cinco minutos. Bonita jogada de Rafinha, Ariel e conclusão perfeita de Marcos Aurélio. O adversário deixou de existir, sob todos os pontos de vista. Sem plano tático, o técnico Ney Franco teve plena liberdade para mudar a equipe do Coritiba. Foi um senhor segundo tempo do campeão paranaense. O Coritiba foi tão superior que o título já estava sendo festejado nas arquibancadas bastante tempo antes do final do clássico. Ney Franco merece todos os elogios cabíveis. Não se abalou com eventuais críticas no curso do campeonato e mostrou muita competência para se impor sem ser autoritário.

Diretoria vitoriosa

Os atuais dirigentes do Coritiba mostraram um compromisso sério com a recuperação do clube do Alto da Glória. O novo G9 assumiu com vontade leonina de acertar. Mexeu em tudo, a começar pela autoestima dos torcedores, jogadores e comissão técnica. Todos os novos comandantes tiveram a coragem de assumir riscos sérios. A herança que receberam foi dolorosa. Não se amedrontaram mesmo sabendo que há muito para ser resolvido. O Coritiba é grande demais para ser laboratório de amadores. Valeu o empenho, acompanhado de competência e dedicação. São os condutores da conquista merecida. Parabéns aos campeões paranaenses de 2010!

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