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O episódio envolvendo a Federação Paranaense de Futebol (FPF), o Atlético e o Coritiba mos­­tra bem o momento triste que estamos vivendo. O medo da violência é uma concessão feita aos vândalos, delinquentes e assassinos que frequentam nossos estádios. A Polícia Militar mostrou-se incapaz de garantir segurança aos torcedores. O Ministério Público resistiu até o possível para assegurar a presença de duas torcidas no Durival Britto. A Federação e o Atlético foram ao limite dos argumentos para forçar o clássico com uma torcida só. Claro, contaram com a conivência da PM. Quanto maior o receio dos atos belicosos de maus torcedores, maior é o espaço que está sendo concedido aos indivíduos dotados de instintos negativos.

É preciso que exista uma clara definição de combate à violência. A polícia deve estar preparada. Ou a violência é combatida de frente ou decretamos a falência dos responsáveis por garantir tranquilidade à sociedade.

Impossível deixar de responsabilizar os dirigentes do Atlético pela confusão criada em relação não só ao Atletiba, mas aos demais jogos já realizados em Curitiba, quando morreu um torcedor atropelado na BR-277, à frente do Ecoestádio. Os mentores atleticanos sabiam, há tempo, que a Baixada seria fechada para as obras com vistas à Copa do Mundo. Não dá para entender como deixaram tudo para a última hora. E não se atribua culpa ao ex-presidente Marcos Malu­­celli, aliás, sempre contrário a realização de jogos da Copa no estádio, por considerar um gasto financeiro altíssimo e inútil para o futuro atleticano.

O futebol é para a alegria das torcidas e não para o deleite de alguns dirigentes egoístas e insensíveis. Ontem tive uma longa conversa com o respeitado e competente cardiologista Costantino Costantini. Dele ouvi queixas contra a falta de sensibilidade de profissionais da área em que atua. Uma verdade incontestável. Ninguém consegue ser bom em qualquer atividade se não tiver sensibilidade para definir os rumos a tomar. Um ser insensível não sabe mensurar o valor de atos e gestos.

No episódio do Atletiba, além da rudeza dos condutores do Atlético, mandante do jogo, foi visível a ausência de liderança da gestão da Federação Paranaense de Futebol. A entidade que deveria organizar e administrar o futebol paranaense vai atrás de posições assumidas pelos clubes, sem assumir a liderança do processo.

Atletiba

Foi um bom jogo na Vila Capa­­ne­­ma. O Atlético esteve mais perto da vitória, levando perigo à meta de Vanderlei. O resultado de igualdade fica pior para o Coritiba. Ainda tem água para correr no leito do rio.

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