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A tragédia de Congonhas matou pessoas, envergonhou o país e mostrou mais uma vez que as autoridades governamentais estão distanciadas da triste realidade em que estamos literalmente mergulhados. Um alto assessor do Governo faz um gesto adequado aos maloqueiros do pior nível cultural. Dias depois do chocante acidente, o governo condecora autoridades da Agência Nacional da Aviação Civil e da Aeronáutica. Ato público que causou náuseas aos brasileiros com vergonha na cara.

Que contribuição essa gente deu? A maior crise de desleixo, incompetência e desprezo pela vida humana. Os maus brasileiros estão enterrando vidas com sorriso nas faces e sem nenhuma piedade.

Pois esse pessoal sem sensibilidade deveria aprender um pouco, ao menos um pouco, com os brasileiros que participam dos Jogos Pan-Americanos. Orgulhosos com as medalhas conquistadas, agasalham o corpo com a bandeira do país, reverenciando o povo na tentativa de aliviar as decepções que todos os dias as "autoridades" nos empurram goela abaixo. Quando o hino nacional é executado a letra e a música nos remetem aos sentimentos profundos de brasilidade e amor à terra em que nascemos.

Lembro dos bons tempos do Colégio Estadual do Paraná, escola de civismo e de cultura, como lembrou recentemente nesta Gazeta o competente jornalista Aroldo Murá em artigo memorável sobre a escola pública de ensino exemplar. Verdadeiro parâmetro de qualidade intelectual, disciplina e aplicação.

Periodicamente, perfilados e respeitosamente, cantávamos os hinos do Brasil e do Paraná enquanto as bandeiras eram hasteadas à frente do monumental edifício construído por Manoel Ribas, que governou o Paraná com honestidade e gestão eficiente.

A cerimônia tinha no comando o inesquecível maestro Bento Mossurunga que, apesar da idade provecta, se entregava à missão de professor e maestro com a disposição de um idealista sabedor do exemplo a oferecer à nossa juventude.

Estamos perdendo os valores pátrios. E o desastroso exemplo parte de quem tem o dever de conduzir o povo brasileiro com firmeza e decência. Lamentável realidade da Pátria amada, Brasil!

O Pan e o Brasil

Quem vê o quadro de medalhas dos Jogos Pan-Americanos imagina que o Brasil dá uma grande importância ao esporte. A exemplo do que acontece nos Estados Unidos e na pequena e obstinada Cuba.

A maioria dos nossos representantes treina, compete e vive em outros países. O Brasil não lhes oferece condições de crescimento técnico. O sistema universitário ignora o esporte, com pouquíssimas exceções. Juraci Moreira Junior, bronze no triatlo, filho de Curitiba, foi buscar apoio em outras praças. Aqui, foi ignorado pela prefeitura e pelo governo do estado. Nosso único ginásio, Tarumã, está fechado.

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