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A perda de uma pessoa querida, segundo a Igreja do carismático papa Francisco, não deve ser motivo de tristeza. A morte deve nos remeter à eterna saudade. Nosso cérebro hospeda passagens que o tempo não apaga. Essas boas lembranças sepultama tristeza e remetem todos que cultivam esse sentimento ao filme da vida sufocando o coração por despertar alegria em cada um de nós o inapagável reviver de fortes emoções.

Assim acontece quando morrem nossos pais, filhos, irmãos e membros da família que a vida transforma em insubstituíveis. Já passei por golpes duros, o primeiro deles ficar órfão de pai aos 7 anos de idade e de mãe aos 17. Perdas dolorosas. Mas o tempo não apaga a alegria dos momentos in memoriam de nossas vidas.

Há poucas horas morreu um ídolo brasileiro: Djalma Santos, aos 84 anos de vida. Ele foi vítima de uma crise renal, diante de uma pneumonia acentuada, resultando em uma parada cardíaca.

Djalma valeu pela relevante condição de desportista limpo, clássico, educado, digno de vestir importantes camisas brasileiras: seleção nacional, Portuguesa, Palmeiras e Atlético, quando Joffre Cabral fez o Rubro-Negro renascer das cinzas do insucesso.

Djalma Santos foi o símbolo de uma geração de craques, como Pelé, Garrincha, Didi. Nilton Santos, Canhoteiro, Dorval, Pepe, Ademir Da Guia. Foram tantos que tomo a liberdade de não citá-los para não praticar o involuntário o ato da omissão. Narrei jogos de Djalma Santos, inclusive no Atlético campeão do ano de 1970. Bicampeão do mundo (1958-1962) foi idolatrado por diferentes plateias internacionais.

Cavalheiro, nunca praticou a violência intencional. Jamais experimentou o dissabor de uma expulsão. Um dos seus maiores orgulhos como desportista.

Executava um arremesso manual, colocando a bola na área adversária com a força e a precisão de uma execução de bola parada na esquina da linha lateral e a linha de fundo, falta ou escanteio. Quando o Palmeiras não aceitava negro no seu time o mestre brilhou como a lua cheia em noite de céu limpo.

Deixo a tristeza de lado pela sua morte para multiplicar a saudade que o brilho do seu caráter e o talento do seu futebol conseguiram se imortalizar em minha memória. Obrigado Djalma Santos pela grandeza humana e de atleta que você perpetuou na memória do colunista e dos brasileiros.

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