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Adoílson passa pelo goleiro e fecha a vitória contra o Operário-MT. Primeiro ato de um título marcante | Arquivo/ Gazeta do Povo
Adoílson passa pelo goleiro e fecha a vitória contra o Operário-MT. Primeiro ato de um título marcante| Foto: Arquivo/ Gazeta do Povo
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O que acontecia na época...

Vivíamos a era Collor, possivelmente o presidente mais midiático que o Brasil já teve, com tudo de ruim que isso podia oferecer. Não passava um dia sem uma foto ou atitude "diferenciada" do mandatário maior da nação, normalmente antes, durante ou depois do cooper matinal. No Paraná, em pleno verão, todo mundo queria saber quem seria a nova Garota Caiobá. Danielle Domanski foi a eleita da temporada.

Já são seis anos do Paraná na Segunda Divisão. Tão distante foi a última passagem que o piazote tricolor, aquele ainda descobrindo os prazeres e as agruras do esporte, pode até achar que jamais o clube do coração frequentou a high society do futebol brasileiro. Calma, quem sabe no ano que vem...

Enquanto isso, aproveito para lembrar uma Série B na qual os paranistas navegaram com tranquilidade até o acesso. Época boa do "já nasceste gigante", lá na virada dos anos 90, quando chegar à Primeira Divisão foi só uma questão de tempo para os então ex-colorados e ex-pinheirenses.

Após estrear no cenário nacional em 1990 na Terceira Divisão – caminho natural para o clube fundado em 1989 – o Paraná enroscou pelo noviciado na Segundona na temporada seguinte. Em 1992, mais canchado, passou firme por uma competição duríssima. Em apenas cinco meses, o Tricolor disputou partidas em todas as quebradas do país, com 30 confrontos, conquistando 13 vitórias, 15 empates e somente duas derrotas, para Londrina e Criciúma.

Tudo começou no dia 9 de fevereiro, diante do Operário-MT. Naquele período, os Operários ainda metiam medo – além do representante do Mato Grosso, havia o do Mato Grosso do Sul, e por aqui, no estado, o Fantasma também participava de competições nacionais. Desta vez, entretanto, não deu nem para o cheiro.

Logo que a bola rolou na Vila Capanema – com 4.800 pagantes – o time de Otacílio Gonçalves passou a pressionar o adversário. Por baixo, com o toque de bola de Serginho Cabeção, Marquinhos Ferreira e Adoílson, e pelo alto, com cruzamentos e a bola alçada na área pela catapulta-humana Gralak.

Não demorou muito para os mato-grossenses arriarem. Jocélio, que não é nem nunca foi nome de zagueiro, meteu a mão na bola e marcou o chamado "penalte" (com ênfase na letra E). Adoílson bateu com categoria e chacoalhou o mullet na comemoração: 1 a 0. Placar da etapa inicial.

No segundo tempo, o Tricolor deu "um show de bola e levou a torcida ao delírio", segundo o que registrou a Gazeta do Povo. E não há porque duvidar. Escanteio na área, Alcântara fez o segundo de cabeça, ou de "schulap", como dizia Fernando Vanucci. Em seguida, Adoílson marcou seu segundo gol, "diblando" o goleiro. Até que aos 23 minutos, Neguinho, aquele, fechou a goleada.

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