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O chute libertador de Ednélson. | Arquivo/GRPCOM
O chute libertador de Ednélson.| Foto: Arquivo/GRPCOM

O que acontecia na época...

1991 foi certamente um dos anos mais memoráveis da música. O Nirvana lançou Nevermind, Red Hot Chilli Pepperes fez Blood Sugar Sex Magik, Sepultura gerou Arise, Anarkophobia dos Ratos de Porão, N.W.A. com Niggaz4Ligfe, entre vários outros. A temporada foi tão profícua que até o U2 conseguiu criar um disco razoável, Achtung Baby.

Coritiba e Paraná realizam hoje, às 17 horas, o primeiro clássico do Paranaense 2014. Certamente, um dos Paratibas menos atraentes desde que os indígenas inventaram o futebol, arrematando cocos que caiam das árvores, há séculos, muito antes do descobrimento do Brasil.

O Coxa pisa o tapete do Couto Pereira com o seu conjunto chamado "alternativo" – ou sub-23, ou reserva, enfim, aquela turma que não está em condições de integrar o grupo principal, pelo menos não agora. O Tricolor, por sua vez, manda a campo o que tem de melhor.

Há 22 anos, ao contrário do cenário atual, outro Paratiba era taxado como o maior de todos os tempos desde 1989, ano de fundação do Paraná. Ou, para os paranistas, poderia ser aquela a primeira "grande noite" – um empate bastava para consumar a perda tão precoce da virgindade de taças.

Vivíamos ainda a época "romântica" dos clássicos, com quase tudo liberado nas torcidas. Bandeiras, faixas, papel picado, fogos de artifício e, de vez em quando, uns sopapos aqui e ali. Hoje, infelizmente, a cultura do ódio infectou as arquibancadas e os clássicos se tornaram um programa sem cores e sem graça. E de altíssimo risco para quem preza pela segurança pessoal.

Voltando, expectativa total no Alto da Glória. Apita o árbitro e a bola começou a ser agredida – jogo decisivo é assim, você sabe. Até que aos 29 minutos, falta pela esquerda do ataque coxa-branca. Cobrança de pé trocado e Pachequinho acertou cabeçada que só ele poderia efetuar, do alto de seus 1,64 m: 1 a 0 para o Coxa.

Fim de primeiro tempo, intervalo e os tricolores inchavam de tensão. Até que, aos 19 minutos, a libertação. Lançamento de Serginho, aquele, o Cabeção, para o lado esquerdo. O lateral Ednélson matou aprumando a bola para dentro da área.

O chute foi desferido cruzado e a apreensão era tão grande que a bola pareceu levar séculos para balançar o barbante, tempo em que foi possível revisar toda a história do Britânia, Palestra Itália, Ferroviário, Água Verde, Pinheiros e Colorado. 1 a 1 e o primeiro título da história do Tricolor, Tricolão, Tricolaço.

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