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Sim, vi o Caju jogar. Ele parara e na metade dos anos 50 foi a Irati com equipe de veteranos. E deu aula magistral de como se deve jogar no gol. Foi inesquecível show de técnica, inteligência, colocação, movimentação "bajo los tres palos" e em toda a área. Um exemplo: córner contra os veteranos; bolona sobre a congestionada área; eis que a "Majestade do arco" pinta inteirinho no vídeo e, sem saltar, sem fazer esforço, dá um tapinha no esférico pra encobrir os litigantes e encaixá-lo em seguida com facilidade, simplicidade. Beleza. Aleluia.

Sim, vi o dr. Jackson do Nascimento jogar. Ele estava no final da gloriosa carreira e foi a Irati comandar seu Atlético em dois amistosos consecutivos. Eu era menino. Fiquei deslumbrado com seu estilo tão vistoso e funcional. Especialmente com os dribles verticais acompanhados de discretas pedaladas. E os chutes secos, sem tomar distância, surpreendentes. Um craque.

Não, não vi o Fedato jogar. Não, não vi "Estampilla rubia" jugar. Não, não vi Aroldo Fedato jogar. Nem entre os veteranos. É uma das minhas frustrações. (Nas raras vezes que o Coritiba foi a Irati na minha adolescência ele ficou por aqui – no estaleiro. Azar o meu, azar o nosso.)

Fedato foi titular absoluto do Coritiba, da seleção paranaense de 44 a 1957. Quase 15 anos – uma geração no teorema das gerações do Ortega y Gasset. Zagueiro, beque, nunca foi expulso, sequer advertido! Classe é classe. Merecidamente, recebeu o honroso prêmio Belford Duarte*.

Tentado por todas as grandes equipes brasileiras do Oiapoque ao Chuí, nunca deixou o Coritiba. Exceto na lendária excursão em que reforçou o Botafogo, deslumbrou público&crítica, recebeu o aposto "estampilla rubia". Aleluia!

Fedato é obsessão do locutor que vos fala. Não deixo em paz seus contemporâneos:

– E o Fedato? Como jogava? De pé? Dava carrinho? Fazia faltas? Saía pro jogo? Sabia jogar? Tinha técnica, classe? Dava bico na bola, rebatia? Forte por cima? Tinha velocidade? Jogava plantado? Tinha boa recuperação? Marcava colado ou à distância? Se antecipava ou deixava dominar pra depois tomar a bola? Ao infinito. Segue.

Nota

* Lembra do Moisés? Que formou dupla (ou quadrilha?) com o René no Vasco dos 70’s? Ele batia do queixo para baixo, democraticamente, generosamente, abundantemente. É autor da imortal, da antológica frase: "Beque que se preza não pode receber o prêmio Belford Duarte". Fedato, senhor beque. Que se prezava, prezava os adversários, a bola, o jogo. Foi vivo, antecipado desmentido do Moisés. Aleluia!

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