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Ainda se recuperando do porre de promessas e elogios à mediocridade, co­­meçamos a enfrentar o duelo do segundo turno entre os candidatos à Presidência da Re­­pú­­blica. Espera-se mais transparência e criatividade ou, na falta delas, pelo menos um pouco de respeito à inteligência da população.

Os maus exemplos dados por administradores públicos apenas contribuem para o aumento da desilusão do povo brasileiro.

O desgaste sofrido pela classe política causou estrago bem maior do que eles podem imaginar. O cidadão comum perdeu a confiança na maioria dos governantes e milhões foram as urnas apenas porque eram obrigados a cumprir a determinação da lei.

Claro que não sonhamos em transformar o nosso país em uma Suíça, por exemplo, mas bem que poderíamos nos aproximar um pouco mais da sociedade civilizada do chamado primeiro mundo. Podemos, isto sim, repelir o argumento de que os suíços, quadrados e cumpridores, são atavicamente impelidos para uma canhestra honestidade.

Os suíços são pessoas normais e muitos deles devem apresentar falhas de caráter, ou mesmo incorreção no comportamento. Porém, eles têm apenas muito medo de serem pegos por uma justiça com leis enxutas e eficazes. E isso serve aos administradores públicos em geral.

Não por acaso foi o suíço Jean Jacques Rousseau que escreveu, há quase 300 anos, um livro chamado "O Contrato Social". Segundo ele, os membros de uma sociedade se entendem entre si e decidem como querem viver com regras criadas para serem cumpridas com rigor sempre objetivando o bem co­­mum.

Aqui, apesar de contarmos com pilhas de leis, normas e códigos para tudo, as regras são sistematicamente violadas, tornando a vida dos brasileiros menos amena e mais difícil. A maioria passou a ter de se precaver contra os pequenos e grandes deslizes de minorias.

Deveríamos iniciar uma cruzada nacional para coibir e desencorajar os descumprimentos, começando, obviamente, pelos servidores públicos que se aproveitam dos cargos que ocupam para o enriquecimento pessoal, de familiares ou de amigos.

Mas, do jeito que a sociedade reage, especialmente nas urnas, parece estar conivente com a marotice. Verifica-se certa cumplicidade com os pecadores.

Primeiramente, é fundamental inculcar nas pessoas o hábito de cumprir as regras. E isto não se faz pelo discurso grandiloquente dos políticos, mas pelo dia a dia correto do individuo. Que tal uma cidade onde os recursos necessários para inundar as ruas com policiais fossem gastos para inundá-las com vasos de flores? Na Suíça e em diversos países é assim.

No futebol idealizado, em vez de divisões das torcidas organizadas, aparatos de guerra para evitar conflitos, poderíamos receber mais conforto e autêntico incentivo para comparecer em massa aos estádios, transformados em locais verdadeiramente de festas.

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