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Messi não para de jogar pelo Barcelona e pela seleção argentina, cada vez melhor e em boas condições físicas. Neymar não para de jogar pelo Santos e pela seleção brasileira, com altos e baixos e emitindo sinais de desgaste.

O brasileiro é bom menino, tem a cabeça no lugar, aliás muito bem emoldurada por exótica cabeleira, porém tem sido muito exigido para cumprir compromissos sociais e comerciais. Deu para notar em suas últimas apresentações, nos amistosos da seleção e no jogo com o Corinthians, pela Libertadores, que está fadigado.

A fadiga, como se sabe, é uma condição frequente de todos que praticam esportes ou tem a vida muito agitada. Um dos desejos mais ardentes de todo esportista é descobrir alguma coisa que retarde ou mesmo elimine a sua fadiga. Mais complexo é o tratamento para o indivíduo que apresenta sinais de fadiga física e fadiga mental, que parece ser o caso do jovem Neymar. Tem sido grande a pressão sobre ele, tanto nas exigências futebolísticas quanto nas incursões que realiza para garantir os elevados rendimentos em atividades como garoto-propaganda, relações públicas e símbolo de uma geração.

É preciso entender que apesar de a fadiga limitar o desempenho e impedir a realização do sonho de nunca se cansar, ela é importante mecanismo de proteção do organismo, que indica o momento de descansar. Messi parece ter vida mais regrada e bem mais equilibrada, balanceando com racionalidade as atividades como atleta e como homem público. A carreira do argentino foi muito bem planejada. Ele segue mais ou menos a linha de Pelé que, no auge da fama (década de 1960), jogava três vezes por semana defendendo o Santos nas competições oficiais e nas excursões nacionais e internacionais que enchiam de dólares os cofres da Vila Belmiro.

Mas Pelé seguia um regime profissional rigoroso e sabia sair das festas na hora certa.Naquela época as partidas não eram transmitidas pela televisão e os fãs se acotovelavam para ver os ídolos ao vivo nos estádios lotados. Acontecia o mesmo com o Botafogo de Garrincha que, por sua vez, não tinha os mesmos cuidados de Pelé e se lesionava com mais frequência. Além, é claro, do vicio alcoólico que abreviou a sua vida.

Vejo Neymar como uma joia rara ainda em fase de lapidação, porém excessivamente usado e exigido por dirigentes, empresários e patrocinadores. Seria o caso de olhar com mais cuidado para esse jovem talento que ajuda a resgatar o brilho do futebol, mas que corre o risco de sofrer as consequências de uma carreira mal programada. Ou, pelo menos, com carga maior do que o suportável para fazer frente a todos os compromissos assumidos. Graças a Messi e Neymar a arte do futebol está viva, mais necessita de cuidados especiais para ser bem cultivada e não fenecer antes da hora, como aconteceu com Maradona e Ronaldinho Gaúcho.

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