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A bola já está rolando pelo Campeonato Brasileiro, mas vamos deixar para depois da rodada de hoje, afinal a pandemia da má notícia acertou em cheio a realização da Copa do Mundo no Brasil. Por conta da saúde debilitada da presidente Dilma Rousseff, das denúncias contra o ministro Antônio Palocci e da prisão do diretor-gerente do FMI, Dominique Strauss-Kahn, a má notícia busca um diagnóstico mais apurado para a sucessão de coisas ruins que assola o planeta.

Nenhuma outra epidemia atinge tanta gente a todo instante nos quatro cantos do mundo quanto a crônica das primeiras páginas de jornal. Por aqui, convivemos há algum tempo com os escândalos da Assembleia Legislativa, a ineficiência do aparelho policial, a dificuldade enfrentada por Curitiba para manter-se como cidade-modelo, o Coritiba em alta, o Atlético em baixa e o Paraná rebaixado.

O candente discurso da professora nordestina ao escancarar o desastre do modelo de ensino brasileiro e o exagerado custo das obras de reconstrução do Mara­canã ajudaram a aumentar o grau de indignação da população contra os políticos e os governantes do país.

O curioso da má noticia é que haverá sempre outra pior para sucedê-la, o que permite a muitos não dar tanta importância à iminência da pandemia.

A Fifa indicou o Brasil como sede da próxima Copa imaginando homenagear a seleção mais vezes campeã e o país que revelou a maior quantidade de jogadores extraordinários através dos tempos, mas parece não ter levado em conta o nosso atraso e as nossas mazelas. Agora, quando os prazos começaram a ficar curtos, a entidade mundial resolveu apertar as autoridades e os responsáveis pelas obras, verificando-se verdadeiro tiroteio verbal.

Em entrevista durante a semana o ministro do Esporte, Orlando Silva Jr., deixou clara a sua opinião: "Não podemos imputar a nenhum clube responsabilidades que são de autoridades. Os governos estaduais ainda não chegaram ao limite". Ou seja, o problema da Copa aqui não é do Atlético, mas sim do governo estadual e da prefeitura municipal. Eles se comprometeram com o governo federal e com a Fifa, enquanto o clube apenas colocou o estádio à disposição e não deve comprometer o seu futuro. O ex-craque e atual deputado federal, Romário, em visita à nossa cidade disse uma coisa que faz sentido: "É preciso negociar com a Fifa e diminuir o grau de exigências".

Para um país de Terceiro Mundo representa verdadeiro ab­surdo exigir que o Atlético rebaixe o gramado, troque todas as ca­deiras e instale sistema de ar condicionado na Arena da Baixada.

Essa gente está delirando, afinal o Brasil tem prioridades muito maiores em praticamente todas as áreas, inclusive na falta de infraestrutura aeroportuária, que tem muito a ver com a realização e, sobretudo, o sucesso do megaevento.

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