A escolha da moderna Arena da Baixada como estádio oficial do Paraná para a Copa do Mundo no Brasil deveria ser uma coisa óbvia. Mas, infelizmente, não foi. O presidente da Federação resolveu criar novo projeto para o Pinheirão arrastando com ele o Coritiba e, na última semana, o Paraná.
Alegava-se, entre outras coisas, que, por ser central, o estádio do Atlético não atenderia alguns quesitos do caderno de encargos da Fifa. Bobagem, pois a final da Copa na Espanha foi realizada no Estádio Santiago Bernabéu, encravado no central e residencial bairro de Chamartín onde o Real Madrid continua fazendo os seus jogos. A Fifa fala em até 2 quilômetros em torno do estádio para estacionamento, o que significa muitos dos parques de estacionamento do centro de Curitiba e do bairro da Água Verde. Mas este, como diria a ministra Zélia em relação ao povo, é apenas um detalhe.
O importante foi que prevaleceu o bom senso e o governo do estado indicou a Arena da Baixada que, certamente, atenderá a todos os requisitos exigidos para o megaevento de 2014.
Foi uma vitória política do Atlético, repetindo o que fizera há 22 anos ao colocar no comando da Federação o seu ex-presidente Onaireves Moura.
Corria o ano de 1985 e o Atlético estava resolvido a entrar na aventura do Pinheirão para tentar "quebrar o serviço" do Coritiba, que possuía o monopólio das decisões de campeonatos e principais jogos em seu estádio. Após a goleada sobre o Londrina e a conquista do título estadual, o Furacão fechou a velha Baixada e mudou-se com armas e bagagens para o Pinheirão.
Antes, porém, houve eleição na Federação e o candidato mais forte era o vereador Aziz Domingos, presidente do Colorado, com apoio do governo. Um grupo de atleticanos, da antiga Retaguarda, liderados pelo presidente Valmor Zimermann, lançou Onaireves candidato e foram à luta.
Ele foi eleito e continua até hoje no cargo. Hoje, literalmente, pois será julgado, logo mais, pelo STJD e pode pegar gancho de oito anos.
Portanto, além de possuir o único estádio em condições de receber jogos da Copa do Mundo, o Atlético realizou intenso e bem sucedido trabalho de bastidores, mobilizando a tradição e o poder político que possui.
Faltaria corda
Toshikatsu Matsuouka, ministro da Agricultura do Japão, enforcou-se, segunda feira, em casa depois de ser acusado de envolvimento em concorrências suspeitas e de ver contestada declaração de gastos de seu escritório político.
O ministro ainda não havia perdido a honra, apenas sofrido a suspeição de que poderia perdê-la, mas o peso moral foi tamanho que ele não suportou e matou-se.
Se a moda pegasse no Brasil, faltaria corda para o suicídio de tantos políticos, empresários ou cartolas do futebol envolvidos em escândalos.
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