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Saindo risonhos de uma ca­­tástrofe – representada pelos recentes campeonatos paranaenses –, os dirigentes da Federação de Futebol de­­monstraram, na reunião dos clubes para a discussão da nova fórmula e do novo regulamento do campeonato, que estão dispostos a desafiar a famosa lei de Murphy e outros motivos para que tudo dê errado.

Desde que assumiu a presidência da entidade, Hélio Cury não teve sossego e a Lei de Murphy funcionou a todo vapor na casa dominada durante mais de duas décadas pelo senhor Onaireves Moura: tudo que tinha de dar errado deu errado nos últimos dois anos.

Agora, Cury e seus companheiros demonstram, sinceramente, a disposição de evitar consequências indesejáveis após a publicação do novo regulamento. É uma espécie de transubstanciação que domina as ações da diretoria da Federação. Ou, por outra, os dirigentes estão fazendo de tudo para contrariar o adágio popular da cultura ocidental de que "se alguma coisa pode dar errado, com certeza dará".

Para quem não sabe e gostaria de saber, Edward Murphy foi capitão da Força Aérea Americana e curiosamente a primeira vítima da própria lei que criou. Ele era um dos engenheiros envolvidos nos testes sobre os efeitos da desaceleração rápida em pilotos de aeronaves. Deu tudo errado.

A existência de uma já madura, mas ainda não documentada, teoria chamada Murphologia foi revelada ao populacho que participou da última reunião na Federação. Ninguém levantou maiores objeções à proposta de reduzir ao máximo as possibilidades de novos equívocos ou bizarrices, tanto que o dirigente Amilton Stival está tentando identificar resíduos da temível Lei de Murphy antes que a bola comece a rolar, com o pessimismo e a negatividade que costumamos dedicar ao anacrônico campeonato estadual.

Brincadeiras e elucubrações filosóficas à parte, torço, sinceramente, que o campeonato seja um sucesso. Pelo menos os cartolas conseguiram racionalizar a fórmula de disputa e só precisam caprichar na redação do regulamento.

Viva o bom senso, mas não es­­queçamos de outro pensamento malicioso de algum intelectual que não gosta de futebol: "O oti­­mista acredita que vivemos no melhor dos mundos possíveis. O pessimista teme que isso seja verdade".

EFABULATIVO: Genau, ponteiro revelado pelo extinto Colorado e que alcançou destaque jogando pelo Internacional, após um treino convidou a rapaziada para uma macarronada com frutos do mar em sua casa. Disse que prepararia o jantar e os convidados entrariam com a bebida.

Chegando à casa de Genau, carregando engradados de cerveja casco escuro nas costas, os jogadores reclamaram do prato posto à mesa: macarrão coberto por sardinhas. O anfitrião estrilou: "Ué, en­­tão sardinha não é fruto do mar...?".

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