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Antes mesmo de a bola rolar o Toledo havia reivindicado na Justiça o direito de participar do campeonato no lugar do Iguaçu. Perdeu no tapetão, ensacou a viola e ficou no seu cantinho aguardando nova oportunidade. O Paraná, para acomodar o congestionado calendário de jogos, foi julgado por não obedecer a lei que determina um tempo mínimo a ser respeitado pelos atletas entre uma partida e outra.

Agora, a própria Federação marcou dois jogos do Paraná para serem realizados hoje e amanhã. Como fazer para cumprir a lei?

A Portuguesa, revelando incapacidade de pertencer à "elite" estadual, abriu mão do seu mando de jogo; o Nacional deixou de comparecer ao compromisso com o Iguaçu; e por aí vai o medíocre Paranaense. Sem esquecer, é claro, dos campos esburacados e das más arbitragens.

O mais importante é que o publico não está dando a mínima atenção a esse campeonato mal organizado, mal promovido e mal executado. O público não vai aos estádios porque a fórmula é arrastada; a maioria dos times participantes não têm nenhum apelo, seja de prestígio ou de ordem técnica; muitos jogos nada valem porque no fim todos sabem que os principais times estarão classificados para as fases decisivas e, sobretudo, porque a maioria dos estádios apresenta-se em péssimas condições e chega a encabular ver as imagens de alguns jogos transmitidos pela televisão. A pobreza é generalizada.

Tudo isso é conseqüência do círculo vicioso alimentado pelos dirigentes dos grandes clubes brasileiros, que são coniventes com a alta cartolagem da CBF e das federações. A CBF porque deseja ficar de bem com os seus eleitores das federações e, estes, porque desejam manter as suas anacrônicas estruturas em funcionamento mamando nas magras tetas dos moribundos campeonatos estaduais. Nem mesmo a melhor solução dos campeonatos regionais atendeu a sede de poder e de interesses das federações.

Como os presidentes das federações querem ficar de bem com os pequenos clubes e as ligas amadoras, acabam organizando esses verdadeiros monstrengos que atendem pelo nome de estaduais.

Existe alguma lógica em o caríssimo time do São Paulo jogar com o Rio Claro ou o Juventus? Ou do Paraná ter de dividir as atenções entre os jogos internacionais pela Libertadores com refregas frente a Lusinha ou o Roma?

Se os dirigentes de Atlético, Coritiba e Paraná parassem de fazer o jogo da cartolagem instalada há décadas na Federação, o futebol paranaense poderia se reorganizar, resgatar o respeito público e, conseqüentemente, tornar-se mais rentável.

A omissão dos dirigentes dos principais clubes é a principal responsável pela mediocrização do Campeonato Paranaense.

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