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Se nos gastos acima do esperado, atrasos nas obras e no clima político acirrado os preparativos para esta Copa lembram os atrapalhos que marcaram a Copa anterior no Brasil, esperamos que no campo não se repita o fracasso da nossa seleção.

Entremos na máquina do tempo para recordar os depoimentos de alguns jogadores que participaram da maior derrota do futebol brasileiro em todos os tempos: em 16 de julho de 1950, o fatídico "Maracanazo". Tive a oportunidade de conversar sobre o tema com três ilustres personagens da final com o Uruguai: Ade­­mir Menezes, quando era comentarista da Rádio Mauá, do Rio de Janeiro, antes de um Coritiba e Vas­­co, no Alto da Glória; Zizinho, durante um jantar na casa de Tim – Elba de Pádua Lima – no Largo do Machado, bairro do Catete; e Bauer, durante o período em que foi treinador do Ferroviário no final da década de 1960.

Os três foram unânimes: o assédio dos políticos contribuiu negativamente para a derrota da seleção. Os jogado­­res não se prepararam convenien­temente para a partida final, foram incomodados na concentração em São Januário para dar autógrafos e tirar fotografias ao lado de vereadores, deputados, senadores e candidatos a governadores. Só faltaram aparecer os candidatos à presidência da República na eleição de 3 de outubro que elegeu o ex-ditador Getúlio Vargas. País estranho o nosso, Getúlio foi um ditador implacável, que deportou presos políticos, empastelou rádios e jornais, porém mantém até hoje a aura de o "pai dos pobres".

Como Ronaldo Fenômeno declarou-se envergonhado com organização da Copa e eleitor de Aécio Neves, a presidente Dilma Rousseff reagiu afirmando que ninguém deve ter vergonha de nada. O antônimo de vergonha é ufanismo.

Atletiba

A dupla Atletiba volta a campo em situações diferentes: o Atlético tentará manter o novo ritmo imposto pelo treinador Leandro Ávila. E o Coritiba correrá atrás da conquista da primeira vitória em Criciúma.

O São Paulo é um time recheado de cabeças coroadas, mas que nem sempre responde na mesma medida em campo. Se o Furacão conseguir se garantir na retaguarda, poderá tirar proveito da fragilidade defensiva do adversário através dos seus famosos contra-ataques em alta velocidade.

O Coritiba formou uma comissão técnica de alto nível, mas continuou contratando mal na constituição do elenco. Os dirigentes de futebol precisam ser experientes e expertos, pois lidam com empresários, agentes e supervisores que são homens de negócio. Se o dirigente não conseguir distinguir o bom jogador do mediano, não será bem-sucedido. Da mesma forma que não pode se tornar muito íntimo dos profissionais de maneira geral. Foi-se o tempo das grandes amizades e lealdades eternas no mundo esportivo. Ou, como dizem, não tem mais bobo no futebol.

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