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Ao contrário das últimas preguiçosas e decepcionantes apresentações nas Eliminatórias, a seleção brasileira jogou com disposição, grande movimentação e derrotou a Itália com categoria.

Motivada por enfrentar a segunda maior vencedora de títulos mundiais e atual campeã, a seleção encantou no primeiro tempo quando abriu 2 a 0 no placar com um verdadeiro show de bola, destacando-se as atuações de Elano e Robinho, não só pelos gols marcados.

Na etapa complementar quem brilhou foi Ronaldinho, que, finalmente, conseguiu jogar muito bem. Mas o mérito do triunfo foi do conjunto e do sistema implantado pelo técnico Dunga.

Destoou do grupo o avante Adriano, visivelmente fora de forma e sem ritmo para merecer o lugar na seleção. Ainda mais em um futebol que dispõe de tantos atacantes com talento e fome de gols.

Felipão livre

Demitido pelos maus resultados, mas também por dificuldade de comunicação em inglês com a maioria dos jogadores, Felipão está livre.

Há três anos ele recebeu honroso convite da FA (a federação inglesa) para dirigir o English Team. O principal executivo da FA, Brian Barwick, chegou a visitá-lo em Lisboa quando ele era técnico da seleção portuguesa, mas o negócio não saiu.

Todos os principais veículos da imprensa londrina, incluindo a poderosa BBC, passaram dias repercutindo a virtual escolha de "Big Phill" e tentando decifrar o enigma que ele representava para a maioria da população portuguesa. Tornou-se ídolo mesmo sem ter conquistado títulos pela seleção lusitana.

Há menos de um ano ele aceitou assumir a direção técnica do Chelsea, um dos clubes mais ricos do mundo graças à injeção de dinheiro russo.

Sem todos os reforços solicitados ele teve de trabalhar com um elenco experiente, mas com poucas alternativas até mesmo em razão da idade de alguns jogadores, como Anelka, por exemplo. Outros, como Drogba e Balack, se acham muito e tem produzido pouco, tanto que a equipe não venceu nem um clássico, despencando na classificação.

Acontece que a sua principal característica é motivar os jogadores através de muita conversa e incentivo à beira do gramado. Foi assim que nasceu a célebre "Familia Scolari" na campanha do pentacampeonato mundial da seleção brasileira. Não raras vezes o técnico trocou os sistemas táticos mais elaborados pelo trabalho de motivação, injetando ânimo e confiança nos jogadores. Só que no futebol europeu esse método não funciona tão bem quanto no futebol sul-americano.

Sem dominar a língua inglesa, Felipão encontrou dificuldades para se comunicar, de forma rápida e direta, com os jogadores que constituem verdadeira constelação de astros internacionais.

Como nem o seu auxiliar Murtosa tem intimidade com o idioma de Shakespeare, ficou difícil segurar a barra depois de tantos insucessos. To be or not to be.

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