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Antigamente, a Federação Paranaense de Futebol e os clubes tomavam o cuidado de marcar para sábado a rodada de carnaval. Vez ou outra saía um jogo no domingo, via de regra no interior, só para aumentar o mau humor dos radialistas que precisavam viajar para a cobertura jornalística.

Era a época das transmissões carnavalescas, dos desfiles das escolas de samba na Rua XV, dos blocos ou concursos de fantasia nos animados bailes dos clubes.

Hoje em dia, quase nem existe mais carnaval em Curitiba e, talvez por isso mesmo, a bola não pára de rolar.

Entre confetes e serpentinas, acessórios que também desapareceram das ruas tanto quanto o lança-perfume, as fantasias, os blocos de sujos, o desfile das melindrosas em antigos carros conversíveis, a bola vai correr solta pelos gramados.

E tem futebol para todos os gostos nos três dias de folia, ou tríduo momesco como se dizia no passado: hoje, Atlético e Adap Galo; amanhã, Coritiba e Iguaçu; segunda-feira, Paranavaí e Paraná; e, quarta-feira de cinzas, jogos pela Copa do Brasil e Taça Libertadores da América para ninguém botar defeito.

O jogo mais atraente é o de logo mais, na Arena da Baixada, reunindo o líder invicto do campeonato, Adap Galo, contra o Atlético que tenta corrigir os defeitos defensivos e aprimorar as virtudes ofensivas.

O Adap Galo vinha embalado, mas foi contido no meio da semana pelo Noroeste, sendo eliminado dentro de casa logo na estréia da Copa do Brasil. Sinal evidente da diferença técnica entre o nosso futebol e o praticado em São Paulo.

Os times paranaenses precisam acordar antes que seja tarde, particularmente o Coritiba, que anda aos trancos e barrancos, para entrar na briga da Segundona contra diversos paulistas por uma vaga na Primeira Divisão, e o Atlético com uma equipe bastante exigida pela torcida que anda cansada pelos tropeços do ano passado.

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EFABULATIVO: Jonas Veiga, o Joninhas, foi roupeiro do Atlético mas como não gostava do termo inventou que o ocupante do cargo chamava-se mordomo. E pegou.

Chegou um jogador novo para fazer testes na Baixada e foi orientando a procurar o Joninhas para receber o material:

– O senhor poderia me ver uma faixa?

Jonas foi até o armário da rouparia e trouxe uma faixa de campeão de 1958 e entregou para o jogador:

– Pronto, aqui está a sua faixa.

– Mas é faixa para os pés...

– Ah, então o senhor quer uma atadura.

– Isso, mas preciso de duas...

– Então o senhor deve pedir um par de ataduras!

Certo dia entrou no vestiário, que ficava embaixo da antiga arquibancada, um ilustre torcedor visitante:

– Jonas, é uma honra entrar no vestiário do meu querido Atlético. Eu sou doente pelo Furacão!

– Então o senhor entre na primeira porta à esquerda e procure o doutor Julio Gomel. Doente é com ele!

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