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Daqui a 11 dias começa a Copa do Mundo e pela segunda vez a nossa seleção tentará conquistar o título jogando em casa. Na primeira oportunidade, como todos estão cansados de saber, a falta de tranquilidade para os jogadores na concentração nos dias que antecederam a final com o Uruguai, a soberba depois da marcação do gol e a falta de pernas na desesperada tentativa de alcançar o empate, que bastava para o time brasileiro, calaram o país no fenômeno que entrou para a história como Maracanazo.

A segunda grande frustração em Mundiais aconteceu 32 anos depois, na Espanha, quando a seleção conseguiu reunir um grupo de jogadores tão talentoso quanto aquele que se consagrou tricampeão nas campanhas da Suécia, Chile e México. Com alguns craques como Júnior, Falcão, Sócrates, Zico e outros ótimos jogadores sob o comando de um técnico sério, trabalhador e capaz – Telê Santana – a equipe nacional fracassou em partida na qual também jogava pelo empate para se classificar e perdeu.

Em 2002, o ex-atacante italiano Paolo Rossi lançou em seu país a autobiografia Ho Fatto Piangere il Brasile. Em português, "Eu fiz o Brasil Chorar". O título do livro – nunca lançado no Brasil – não é um exagero retórico. Rossi foi o autor dos três gols da Itália na vitória por 3 a 2 sobre a equipe brasileira na Copa de 1982, na Espanha.

Sua extraordinária performance no estádio de Sarriá, em Barcelona, tirou do torneio o maior favorito ao título e uma das seleções mais festejadas de todos os tempos. Segundo o italiano em seu livro, os atletas do Brasil pecaram por presunção e ele aproveitou as falhas para marcar os gols. Acrescentou que se fosse brasileiro, também teria chorado naquela tarde.

Até aquele momento o time canarinho encantava com um futebol vistoso e havia vencido os seus quatro jogos. Já a Itália se arrastava com três empates e apenas um triunfo. Os italianos seguiram em frente e tornaram-se campeões pela terceira vez na final com a Alemanha, no Santiago Bernabéu, em Madri.

Os jogadores que integraram aquela seleção brasileira não concordaram com Paolo Rossi de que erraram pela presunção em campo. Todos garantem que havia confiança, jamais presunção e que tentaram impor-se naturalmente, porém os adversários mostraram competência defensiva e foram eficientes nos contra-ataques.

Como não adianta chorar pelo leite derramado, gostaria de saber como é que os jogadores da atual seleção estão se sentindo com o tremendo assédio da mídia na Granja Comary e um perigoso clima de oba-oba no ar, talvez pelo fato de todos os grandes rivais oferecerem o favoritismo aos donos da casa.

Demonstrar confiança no taco é bom, mas a dose não pode ser exagerada. Felipão, que já provou que sabe comandar, precisa agir de maneira mais radical para evitar o perigoso ambiente do "já ganhou".

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