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Ao mesmo tempo em que luta desesperadamente para fugir do rebaixamento – no campeonato passado só conseguiu escapar na última rodada ao vencer o São Paulo –, o Coritiba atravessa grave crise financeira e agitado processo político para a eleição do presidente em dezembro.

Dois candidatos se apresentaram: o atual presidente, Vilson Ribeiro de Andrade, que mesmo desgastado demonstra vigor para tentar recuperar a imagem como dirigente; e o opositor, Rogério Bacellar, líder de classe e grande articulador, mas inexperiente em futebol. O que chama a atenção não é o fato de dois velhos amigos meus se enfrentarem nas urnas, afinal são pessoas respeitáveis e absolutamente apaixonadas pelo clube, mas a utilização política do jogador Alex – inclusive com o nome da sua esposa figurando na chapa de oposição.

Como se trata de algo raro no futebol, antecipadamente Alex confirma a sua independência e, sobretudo, coragem, pois ao mesmo tempo em que entra em campo para defender a equipe sabe que um eventual rebaixamento poderá colocá-lo em cheque aos olhos da atual diretoria que se enfraqueceria politicamente para o pleito. Mas Alex resolveu correr riscos e cumprir suas obrigações profissionais com a maior dedicação e seriedade, independentemente das questões políticas que o cercam no momento.

É notório o distanciamento do craque com o presidente e isso vem desde a crise com o jogador Deivid alcançando o clímax no episódio da faixa reclamando dos salários atrasados, expondo a diretoria aos olhos do público pouco antes do início do último clássico Atletiba. Alex transformou-se em um personagem singular na vida do Coritiba, no qual jogou pouco tempo no inicio da carreira e escreveu páginas gloriosas no Palmeiras, no Cruzeiro e no Fenerbahçe, onde ganhou mais títulos importantes do que no clube que o eternizou como um dos maiores ídolos.

Basta correr os olhos pela rica história do Coxa para verificar que muitos outros jogadores foram mais importantes, conquistaram mais títulos e jogaram maior número de partidas do que ele. Houve craques que só defenderam a camisa alviverde a vida inteira como Pizzattinho, Fedato e Miltinho, para ficar apenas com três monstros sagrados do passado profundo. Carazzai, Bequinha, Duílio, Nico, Kruger, Célio, Oberdan, Claudio Marques, Nilo, Joel Mendes, Hidalgo, Dreyer, Aladim, Dirceu, Tião Abatiá, Zé Roberto, Jairo, Ely, Manga, Tostão ou Rafael, Vavá, Gomes, Heraldo, Dida, Tobi, Lela, Edson, Índio e outros campeões brasileiros emocionaram a torcida através dos tempos em grau mais elevado do que os jogadores atuais.

Que Alex é um jogador extraordinário não se discute e muito menos que se trata de um profissional correto, porém o seu incensamento só se justifica pela carência de ídolos nos últimos anos do Coritiba em transe.

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