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O campeonato mostra que as equipes que sabem equilibrar a marcação com o talento estão se saindo melhor. Isso sempre existiu no futebol, porém o desconhecimento de quase todos os dirigentes e a falta de humildade para reconhecer opções equivocadas na formação dos elencos da maioria dos treinadores, impede que a teoria seja colocada em prática.

De nada adianta o cartola queimar a grana do clube na contratação de craques se não tiver os chamados jogadores operários para as tarefas mais árduas, tais como marcar, desarmar, correr e abrir espaços para que os tecnicamente mais virtuosos possam brilhar. Por essas e outras que o Flamengo quebrou a cara com o ataque dos sonhos de Edmundo, Romário e Sávio, já que o time marcava mal e decepcionou completamente. Ou o São Paulo nos nossos dias, que investiu uma baba em Ganso, Luís Fabiano, Lúcio e outros – além dos melhores de cada time como Jadson, Osvaldo, Maicon, Aloísio – e não consegue engrenar. Todos pensam que são craques, pois eram verdadeiros reizinhos nos clubes anteriores e o técnico Ney Franco não conseguiu enquadrá-los no Morumbi.

Mais capaz foi Cuca, que armou forte sistema defensivo, mandou chamar volantes pegadores como Leandro Donizete, Pierre e Josué, abrindo espaços para os malabarismos de Ronaldinho Gaúcho, Tardelli, Jô e Bernard. Tornou-se campeão da América.

Aqui, tivemos exemplos históricos semelhantes, como o Atlético do ABC, em 1962 – Antonio Bittencourt de Camargo, rico empresário que assumiu a presidência do Furacão e montou um time milionário com Poletto, Sadi, Ícaro, Bazotti e não chegou a lugar nenhum por falta de entrosamento; o Coritiba para a campanha do tri, em 1970, com jogadores caros como Hermes, Oberdan, Hidalgo, Bidon, Silvio e outros, mas se deu mal com a contratação do inexperiente técnico Mauro Ramos de Oliveira; o Sele-Boca de 1984, quando o Colorado deu a sua última tacada para tentar ser campeão.

No momento os times mais regulares são aqueles que conseguiram harmonizar todos os setores e não por acaso se encontram nas primeiras colocações. Entre eles está o Coritiba, o único invicto até agora.

Com base formada há tempos e filosofia de jogo bem definida, o Coxa não é exatamente um timão, porém se destaca pela eficiência. Os alas são irregulares, mas os zagueiros, os volantes e os meias são muito operosos. E tem Alex, um craque que se destaca pela inteligência nas operações em campo, colocando-se bem e apresentando-se na hora certa para receber a bola e finalizar.

Além dos alas que marcam mal, mas se esforçam para acertar os passes no apoio, outra coisa que tem inibido o deslanche do time é o baixo rendimento dos atacantes, com destaque a Deivid, do qual se esperava bem mais. No geral, entretanto, o Coritiba não fica devendo nada aos seus concorrentes no G4.

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