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Transmitido pela TV Record nos bons tempos de Paulo Machado de Carvalho, o Marechal da Vitória na conquista do bicampeonato mundial de futebol, havia, em São Paulo, um programa esportivo de grande sucesso denominado "Desafio ao galo".

Fui conhecê-lo na década de setenta, por sugestão do falecido deputado Jose Carlos Martinez, cuja família havia adquirido o jornal e a televisão em que eu trabalhava – Diário do Paraná e Canal 6 –, pois gostaria de introduzi-lo na programação local. A idéia não evoluiu por aqui, mas conheci o programa ao vivo, no campo do CMTC.

Era o seguinte: as equipes amadoras se inscreviam para desafiar o galo, que era o time que se mantinha invicto a cada domingo. São Paulo se agitava com o desafio e milhões acompanhavam os jogos transmitidos por Raul Tabajara com comentários de Roberto Bataglia. O recorde parece que foi de um time do bairro do Ipiranga, que passou 35 jogos sem perder.

Pois bem. Chegamos ao Campeonato Brasileiro deste ano, que parece transformando em um grande desafio ao galo. No caso, o galo é o São Paulo. E não se trata apenas de vencê-lo mas, pelo menos, de marcar um gol contra o dono do terreiro.

Impressionam os números conquistados pela equipe paulista nesta altura do campeonato: 30 gols pró e apenas 7 contra, com invejável saldo de 23 gols. O segundo colocado em gols sofridos é o Fluminense com 21.

O segredo do São Paulo é a solidez do esquema adotado por Muricy e a qualidade técnica dos jogadores reunidos. Sem grandes estrelas, o técnico adotou rígido sistema de marcação, baseado em três zagueiros e diversos médios que formam um cinturão na faixa intermediária liberando os alas, que são muito bons, puxando os contra-ataques com os velozes Leandro e Dagoberto. Mantém o grandalhão Aloísio na frente que, além de segurar dois beques adversários, realiza exemplar serviço de assistência.

Este é o time que o Paraná enfrentará no Morumbi, primeiro para tentar fazer um gol no monumental Rogério Ceni, depois para tentar trazer um resultado satisfatório.

A tarde de René

Após os últimos tropeços e os contratempos registrados no vestiário em seguida ao empate com o Gama, hoje será a tarde de René Simões medir a temperatura de seu prestígio no Alto da Glória.

Primeiro perante a torcida, que se manifestará da maneira como sabe fazer: rigorosa na cobrança do rendimento em campo e generosa no apoio ao time; segundo diante dos dirigentes, cada vez mais ansiosos com a chance real de o time voltar a Primeira Divisão. Ansiedade agora potencializada pela possibilidade, também real, de o Atlético ocupar o seu lugar na Segunda Divisão.

É indisfarçável a euforia nas hostes do Coxa. Esse é o grande combustível que mantém o futebol vivo: a rivalidade sadia entre as torcidas.

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