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Houve um momento em que os campeonatos es­­ta­­duais pareciam condenados. Foi na virada do século, quando os grandes clubes se en­­tusiasmaram com as competições regionais, cabendo ao futebol paranaense integrar a chave Sul-Minas, sucesso de público e crítica nas suas poucas e vitoriosas edições.

O formato era bom, as arrecadações dos regionais superavam as obtidas nos estaduais e funcionava bem como laboratório para os cam­­peonatos nacionais e internacionais.

Muito melhor para todos os times sob o ponto de vista técnico. Por outro lado, os estaduais voltavam-se para as equipes do interior que, com a disputa de vagas na Copa do Brasil e nas divisões nacionais inferiores, além, é claro, do título de campeão em jogo, estavam bastante motivadas.

Mas as federações não tinham interesse no crescimento das Ligas que promoviam tais competições e os seus eternos cartolas trataram de detonar a nova boa ideia, com o aval da CBF. Os regionais foram dei­­xados de lado e os estaduais retornaram com toda força.

Só que a discussão segue aparentemente sem fim, pois é desproporcional a disputa dos estaduais. Os pequenos conseguem no máximo um brilhareco, já que a de­­cisão do título, invariavelmente, fica entre os grandes. Aqui, com o assustador esvaziamento do Pa­­raná, a dupla Atletiba parece con­­denada a decidir todo ano o título.

Mas os estaduais voltaram a fi­­car acirrados nos primeiros turnos, tendo em vista a vantagem dos pe­­quenos times, que se preparam com antecedência e surpreendem os bichos-papões nas rodadas iniciais.

Os grandes, por sua vez, pagam o elevado preço do péssimo calendário nacional – o Clube dos 13, que congrega os maiores clubes do país, continua omisso tanto nesta parte quanto na reforma de alguns artigos da Lei Pelé – obrigando-se a jogar em meio à pré-temporada. E não só jogam como são forçados a vencer, pois as cobranças são grandes, tanto que mais uma derrota poderá fazer com que o Paraná entre em crise.

O Atlético foi salvo pelo gongo na suada virada de quarta-feira e, mais uma vez, comprovou-se que os técnicos não sabem explorar o potencial ofensivo de Guerrón. Jogador talhado para ser lançado em profundidade, Guerrón tem sido obrigado a voltar, a combater e a tabelar, tarefas das quais ele quer distância. Trata-se de um velocista que foi muito mal explorado por Paulo César Carpegiani – e continua sendo mal aproveitado por Sérgio Soares.

Aliás, com um ataque formado por jogadores rápidos como Guer­­rón, Lucas e Madson, é lamentável a diretoria não ter providenciado a contratação de um armador que saiba fazer passes longos ou passes em profundidade.

Os volantes apenas marcam e Paulo Baier e Branquinho são carregadores de bola. São bons pontas de lança, carregadores de bola, ja­­mais armadores.

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