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Para ganhar ótimo salário, gratificações generosas, enriquecer o currículo e viver nas manchetes como técnico da seleção brasileira, Dunga paga o preço da cobrança por resultados.

Ninguém o obrigou a aceitar o convite da CBF que, como todos sabem, foi uma terceira opção. Antes, Felipão e Paulo Autuori foram consultados e declinaram.

Felipão porque se acostumou com a boa vida na Europa – tanto quanto os jogadores brasileiros que lá trabalham, tanto que a carta de despedida de Zé Roberto representou autêntico libelo contra a dramática situação social do país –, sem violência, com segurança pública eficiente, saúde pública funcionado, ensino público com qualidade, idosos respeitados, trânsito organizado, estradas pedagiadas em ótimo estado, aeroportos que não fecham, onde nem trem atrasa e, ufa, os políticos corruptos afastados e realmente punidos.

Corajoso e determinado, Dunga assumiu mesmo sem ter tido qualquer experiência como técnico de futebol. Foi mais uma nova ousadia do presidente Ricardo Teixeira que, para proteger-se da tempestade após um fracasso, em 1991, queimou o filme de Falcão como projeto de treinador.

Dunga começou de forma autoritária, peitando os maiores ídolos – Kaká, Ronaldinho, Ronaldo, Adriano e Zé Roberto: ignorou os três últimos e deixou na reserva os dois primeiros, curiosamente apontados como os melhores jogadores do mundo nas recentes temporadas européias.

Depois, recebeu o troco diante da recusa de Ronaldinho, Kaká e Zé Roberto de jogar a Copa América. Dunga reagiu de maneira raivosa, no que foi acompanhado pela mídia chapa-branca da televisão, como se os atletas não tivessem direito as férias.

Com a bola rolando o Brasil chegou à final, mesmo aos trancos e barrancos, garantindo o cargo de Dunga até as Eliminatórias.

Moralmente ele sairá fortalecido, mesmo que seja derrotado domingo, pois já foi longe demais com esse time tecnicamente desnivelado e recheado de bons jogadores para times, mas sem o padrão exigido para vestir a gloriosa camisa verde-amarela cinco vezes campeã mundial.

Os jogos

Pouco a acrescentar sobre os jogos de Paraná e Atlético, hoje.

A única certeza é que os dois precisam vencer. O Paraná por causa do papelão que fez sexta-feira, quando de forma imatura o técnico Pintado resolveu poupar alguns titulares e perdeu o jogo para o frágil América. Sofreu desgaste desnecessário que somente será superado com uma apresentação convincente, seguida de vitória contra o Figueirense.

O Atlético porque vem se arrastando nesta temporada, com uma equipe fraca e apanhando de todo mundo dentro da Arena da Baixada. Como a partida com o Vasco será em São Januário, talvez o Furacão possa surpreender nos contra-ataques.

carneironeto@gazetadopovo.com.br

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