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carneironeto@gazetadopovo.com.br

Curitiba tem sido sacudida nos últimos dias por um Furacão que varre tudo o que passa pela sua frente na Arena da Baixada.

Ontem foi a vez do Paraná sentir a força do time atleticano, curvando-se pelo placar de 4 a 0 depois de nova exibição de gala dos rubro-negros.

Em nenhum momento do clássico o Paraná conseguiu se impor, ou até mesmo igualar as coisas em campo. O Atlético foi perfeito em todas as suas coordenadas, com marcação forte, saída em velocidade para o ataque a alto índice de aproveitamento.

O quarto gol foi uma pintura, com Denis Marques driblando três zagueiros e finalizando fora do alcance do goleiro Flávio.

Vitrine permanente

Até trinta anos atrás tudo girava quase que exclusivamente em torno do Rio de Janeiro e de São Paulo.

Com o advento de Brasília quebrou-se a liderança carioca, aumentando a participação de São Paulo e abrindo espaço para o crescimento de Belo Horizonte e outras capitais.

Curitiba não ficou atrás e aproveitou o intenso ritmo de crescimento do país, firmando a sua capacidade produtiva, industrializando-se e abrindo novas perspectivas.

Nas asas desse processo o futebol também tirou proveito.

Durante décadas os clubes mais tradicionais do futebol brasileiro estabeleceram as suas marcas por conta de uma reserva de mercado.

Era a época em que todo o jogador que surgia, em algum lugar do Brasil, precisava mostrar a sua capacidade técnica em clubes do eixo-Rio-São Paulo para ser reconhecido, verdadeiramente, como craque.

Havia profusão de bons jogadores nos chamados grandes clubes cariocas e paulistas que, naturalmente, tornaram-se os principais fornecedores da seleção brasileira a equipe mais famosa do planeta.

Com a evolução e integração do país, através dos meios de comunicação, novas estradas, crescimento do transporte aéreo e maior competitividade dos estados emergentes, as coisas foram mudando no futebol.

Inicialmente os times mineiros e gaúchos foram tirando nacos, alguma equipe baiana ou pernambucana, esporadicamente, também aparecia até que, nos últimos 10 anos, o futebol paranaense introduziu-se de forma definitiva no processo.

Com a recuperação estrutural da dupla Atletiba e a consolidação do Paraná, o nosso futebol passou a revelar bons jogadores e a mostrar credenciais técnicas suficientes para disputar títulos e conquistar vagas nos torneios continentais. Dos três, o que se deu melhor foi o Atlético que, além da expansão patrimonial, teve um jogador – Kléberson – titular da última conquista mundial da seleção e conseguiu incluir-se entre os melhores times do país.

Basta correr os olhos para verificar a freqüência com que o Furacão tem aparecido na mídia, alternando participações destacadas na Taça Libertadores da América, título nacional, vice nacional e, agora, único representante do país na Copa Sul-Americana.

Em futebol, como se sabe, tão importante quanto ganhar campeonatos é sempre figurar entre os candidatos ao título. E isso o Atlético tem conseguido. Ou seja, tem mantido o seu nome na vitrine principal do futebol brasileiro.

Se conseguir garantir a vaga da Copa Sul-Americana para a próxima temporada estará, novamente, com mídia e arrecadação asseguradas fora da programação normal.

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