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As duas últimas derrotas que abalaram o prestígio do Barcelona – perdeu para Milan e Real Madrid – não devem significar mudanças de conceitos táticos. A equipe catalã foi moldada conforme o figurino holandês conhecido como "Laranja Mecânica", implantado por Cruyff, como jogador e a seguir como treinador.

Nesses quarenta anos de prática, contando com alguns dos melhores jogadores de todos os tempos, como Neeskens, Lineker, Maradona, Laudrup, Romário, Ronaldo, Rivaldo, Eto’o, Ibrahimovic, Ronaldinho Gaúcho e tantos outros até chegar ao genial Messi, o Barcelona destacou-se como a mais reluzente vitrine do futebol.

Mas corre o risco de eliminação na Liga dos Campeões se não conseguir furar a retranca armada pelo Milan. O técnico Massimiliano Allegri nada mais fez do que ressuscitar o velho e eficiente "catenaccio" que propiciou muitas glórias e conquistas ao futebol italiano, tanto entre clubes quanto na Azzurra.

Ainda permanece gravada em nossa retina as cenas do triunfo da Itália sobre o Brasil na Copa de 1982. Mesmo com um time recheado de cabeças coroadas como Júnior, Cerezzo, Falcão, Sócrates e Zico, a seleção de Telê Santana embrenhou-se na forte marcação italiana e deu adeus a um título considerado praticamente ganho nos gramados da Espanha.

O esquema de jogo com duas linhas de quatro, como símbolo de uma ótima marcação, continua na moda. Com frequên­cia, ouvimos algum treinador da seleção brasileira tentar justificar porque o ataque não fez gols atribuindo ao outro time a escalação de oito jogadores atrás da linha da bola. Ultimamente nem tem sido mais assim, pois o México colocou o Brasil de Mano Menezes na roda na final da Olimpíada de Londres e a Inglaterra não tomou conhecimento da seleção de Felipão no último amistoso, em Wembley.

Este tipo de marcação não é novidade e nem sempre é eficiente. Para funcionar bem, defensivamente, as duas linhas de quatro precisam ficar recuadas e sem espaço entre elas. Os meias de ligação não recebem a bola entre os zagueiros e volantes, os dois laterais são marcados pelos armadores que atuam pelos lados e não há espaço para o lançamento longo atrás dos zagueiros. Foi aí que o Barcelona se deu mal contra o Milan, pois uma das maneiras de vencer esta marcação é pressionar e tomar a bola no campo do adversário, quando a defesa estiver desorganizada. Outras são os chutes de fora da área, mas a melhor forma de furar esta retranca são os dribles e, naquela noite em San Ciro, Messi e sua corte estiveram em jornada pouco inspirada.

Por outro lado, o time que tem oito jogadores recuados deixa dois atacantes isolados para o contra-ataque e esses precisam ser rápidos e habilidosos.

Hoje tem a final do turno, entre Londrina e Coritiba, e vamos acompanhá-la com atenção.

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