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A suspensão da torcida organizada Os Fanáticos do Atlético e o banimento da torcida Força Jovem do Vasco pela barbárie no jogo em Joinville, somada à marcação cerrada da polícia sobre facções ligadas ao Corinthians e as investigações para identificar os torcedores do São Paulo que assassinaram um torcedor do Santos demonstram que as autoridades policiais e judiciais mudaram o tratamento: a extinção das organizadas está em marcha.

As primeiras mortes do ano relacionadas à guerra de torcidas, quando um santista foi vítima de emboscada e agredido com barras de ferro, somado a um torcedor do Paysandu que também morreu em Belém, reforçam uma triste estatística: a criminalidade cresce por causa das rixas entre torcidas, levando o Brasil ao indesejável recorde de 30 mortes no ano passado. Segundo estudos realizados por especialistas da Uerj (Universidade Estadual do Rio de Janeiro), a explicação para tanta brutalidade resume-se em duas palavras: impunidade e descaso.

O caso de Oruro tornou-se emblemático, pois a morte do menino boliviano provocou comoção social, todo mundo opinou, mas não aconteceu nada com os autores do homicídio. Pouco depois, aqueles mesmos torcedores foram flagrados em outras brigas de torcida e até furando a vigilância da Lei Seca. E eles continuam soltos até hoje.

O que mais chama a atenção é o descaso completo como aconteceu na tragédia anunciada de Joinville. A CBF permitiu a realização de um jogo considerado de alto risco, com um time que podia ser rebaixado -- como foi --, histórico de conflito entre essas duas torcidas e clima de ameaças mútuas nas redes sociais em um estádio sem polícia.

E mesmo com polícia nem sempre a violência é controlada, pois falta preparo e isso tem sido mostrado nos confrontos das passeatas de rua ou mesmo na Jornada Mundial da Juventude, quando o plano de segurança era tão absurdamente mal feito que o carro do papa parou num engarrafamento.

Faltam conhecimento e estratégia operacional para se lidar com multidões tanto nos distúrbios de rua como nos do futebol já que a nossa polícia entra em bloco atacando todo mundo. É fundamental o convencimento de que políticas de prevenção são muito mais baratas do que as repressivas e todo policial experiente sabe disso na valorização do serviço de inteligência.

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