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Tem-se como certo que as fadas são sempre boas. Não é à toa que flanam com seus imaculados vestidos brancos rendados, manuseando suas varinhas de condão para espargir o bem. Assim parece ser e assim acredita o torcedor apaixonado pelo seu time de coração.

Boas razões têm o torcedor para pensar assim, afinal os times de futebol dão mais alegria e satisfação do que dores de cabeça. Pelo menos os times de ponta que contam com bons jogadores e vira e mexe conseguem colocar a faixa de campeão no peito e dar a volta olímpica para regozijo da fanática galera.

Mas as bruxas gostam de rondar os clubes e de assustar os torcedores. Mesmo que as equipes se consagrem pela ação benfazeja das fadas do que pelas maldições das bruxas, muitos temem aquelas horrorosas figuras narigudas, com brotoejas no rosto e chapelão preto voando agarradas a vassouras mágicas.

Por mais otimista que seja o torcedor, ele sabe que as bruxas rondam os times do mundo inteiro desde que o futebol existe. Ainda mais depois que se inventou nos campeonatos o acesso e o rebaixamento de divisão. O fantasma da degola tornou-se um tormento para muitos times.

Com o Paraná e o Coritiba na Segunda Divisão, restou o Atlético como representante do futebol paranaense na elite e, para desespero de sua torcida, o Rubro-Negro não tem feito outra coisa nos últimos anos a não ser lutar contra o rebaixamento.

Para tentar reduzir os sobressaltos e melhorar a capacidade técnica da equipe, a diretoria resolveu abrir o cofre contratando uma dúzia de reforços. Alguns aprovaram, outros nem tanto e os gringos estão em fase de adaptação. Entre os gringos, temos Guerrón, que chegou antecedido pela fama e, nas duas primeiras apresentações não empolgou, por causa de um futebol burocrático e de poucas iniciativas.

Como é conhecido o seu potencial, chegou a hora de o técnico Carpegiani bancar a boa fada e criar uma jogada específica para o atacante que, na partida com o São Paulo, isolou-se como ponta direita fixo e desapareceu em campo até ser substituído.

As características do equatoriano são parecidas com a de Paulo Borges, antigo ponteiro que brilhou no Bangu e no Corinthians, transformando-se no "Sorriso do Parque".

Quando dirigia o Bangu e promoveu o lançamento de Paulo Borges, o técnico Tim – Elba de Pádua Lima – bolou uma jogada mortal para ele.

Ao receber a bola do lateral Fidélis ou do volante Ocimar tocava para o meia Cabralzinho e fechava em diagonal, bagunçando o sistema defensivo adversário, propiciando alternativas de lançamento para ele mesmo ou para Ladeira e Aladim que se apresentavam para receber a bola em condições de finalização. O Bangu foi campeão e Paulo Borges a maior revelação da temporada.

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