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Vivendo em um país que discute cotas raciais na corte suprema e insiste em manter o cidadão como irresponsável com a proibição de bebidas alcoólicas nos estádios de futebol, dá uma pontinha de inveja ver o espetáculo proporcionado pelos europeus na Liga dos Campeões.

Tudo perfeito, confirmando-se que o futebol é arrebatador, pois não passava pela cabeça de ninguém – a não ser dos fanáticos torcedores de Bayern e Chelsea – uma final sem os milionários times espanhóis.

Com o prestigio do rei em xeque, após desastrada caçada de elefantes e em grave recessão econômica, a Espanha entrou definitivamente no inferno astral com as eliminações de Barcelona e Real Madrid. A do Barcelona foi injusta, afinal o Chelsea jogou na retranca e mostrou pouco para merecer a vitória; o Bayern foi superior ao Real Madrid nos dois jogos. Com a má atuação e o pênalti perdido, Mano Menezes pode aproveitar o Twitter para tirar uma onda em cima da sogra de Kaká.

Voltemos ao lado de baixo do Equador, onde impera a rudeza, a violência e a ausência de sofisticação intelectual. Tudo por aqui gira em torno de ideologias superadas ou, principalmente, de interesses financeiros de pessoas ou de grupos poderosos na dolorosa prática da corrupção política.

No futebol não é diferente, tanto que o torcedor vive massacrado pela coisificação dos fatos. É o caso dos Atletibas decisivos do campeonato, onde se discute um pouco de tudo, menos na possibilidade adulta e superior de atender aos interesses do público.

Se houvesse racionalidade e grandeza dos dirigentes a esta altura os presidentes de Atlético e Coritiba estariam reunidos ao lado do presidente da Federação, costurando os últimos detalhes para duas espetaculares partidas no Couto Pereira, dividido entre as torcidas como acontecia no passado civilizado, com renda repartida e arbitragens mais isentas.

Mas não. Cada um cuida mal de si, os arrogantes cartolas alimentam o ódio que induz os torcedores menos inteligentes à violência e todos somam prejuízos, mantendo o futebol paranaense no limbo.

A questão da arbitragem é quase cômica, já que prejudicado nos dois clássicos deste ano, o Atlético deseja apito de fora, enquanto o Coritiba, favorecido pelos erros prestigia os locais. Domingo, o mesmo bandeirinha que, corretamente, denunciou ao árbitro a agressão de Guerrón sobre Lucas Mendes não teve olhos para interpretar o impedimento de Lincoln no segundo gol coxa-branca.

E tem mais: o Paraná iniciará longa peregrinação pela Segunda Divisão estadual concomitantemente com a sua participação na Série B nacional e o Atlético continua correndo atrás de um campo para jogar o Brasileiro que se aproxima.

Resultado de um futebol mambembe, mal dirigido e com zero de planejamento estratégico.

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