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O mundo gira, a Lusitana roda, Elizabeth Taylor parte para novo casamento – o oitavo de seu currículo – e a seleção brasileira continua atrás de um centroavante.

Antes de chegarmos ao chamado homem-gol, precisamos passar pelos alas e pelo meio-de-campo, setores que inexistiram na estréia contra a Colômbia. Chuva, altitude ou preguiça geral, pouco importa a desculpa dada, a verdade é que a seleção não pode se transformar em uma equipe de divas ou de prima-donas que só jogam quando o palco é amplo, o cenário é bonito e a platéia carinhosa. Claro que os colombianos exageraram nas vaias e nos objetos atirados em campo, mas dá para esperar outra coisa dessa triste América Latina?

Os alas Maicon e Gilberto jogaram mal, tanto no procedimento defensivo quanto na falta de iniciativa para atacar. Do mesmo jeito que não se pode esperar armação de jogadas com os atacantes Kaká e Ronaldinho Gaúcho. Esse problema já foi detectado na Copa passada, quando apenas Zé Roberto conseguiu criar alguma coisa que lembrasse o trabalho competente de um meia-armador para acionar Ronaldo e Adriano, que pareciam dois postes na grande área.

Todos estão carecas de saber que Kaká e Ronaldinho Gaúcho são pontas-de-lança, sem vocação para marcar e sim para serem marcados, senão entram com bola e tudo.

Continua faltando à seleção aquele meia com as características de Didi e Gérson no passado ou de Rivaldo nos tempos mais recentes. Até mesmo Zinho quebrou o galho na Copa dos Estados Unidos, mas hoje em dia não dispomos de um jogador com esse estilo de jogo.

Com a substituição dos três zagueiros por uma linha de quatro defensores, mudou o sistema da maioria dos times e não foi diferente com a nossa seleção. Ao contrário do Brasil, os laterais europeus apóiam pouco. São defensores. Os que avançam mais não têm habilidade e, como eles fazem a cobertura dos zagueiros, os volantes marcam mais à frente. O Brasil joga com dois beques e dois alas que apóiam, mas recua os dois volantes formando um quarteto no miolo. Com isso, torna-se imprescindível o apoio dos laterais quando se transformam em alas. Quando eles não funcionam, como domingo, diminui a capacidade da meia-cancha – que já é capenga pela ausência de um meia criativo. Vira aquela correria com o Vágner Love isolado entre os defensores adversários.

Acontece que Kaká, Ronaldinho Gaúcho e Robinho são craques, mas não funcionam como armadores, já que sempre correm em direção ao gol, com toques de primeira, o que aumenta o número de passes errados, dando muita velocidade e pouco ritmo ao meio-de-campo.

Se os alas não apoiarem com competência e não houver tabelas pelo meio, todo centroavante vai morrer de inanição. Pode ser Vágner Love, Afonso, Pato ou Ronaldo Fenômeno que o isolamento será o mesmo.

Vamos ver o que é que Dunga preparou para hoje.

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