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É de espantar o tanto de pessoas que dão como certa a disputa do título brasileiro deste ano entre, pelo menos, dez equipes. Sinal da igualdade entre os principais participantes nas primeiras rodadas, destacando-se o modesto nível técnico da maioria em virtude da ausência de boas revelações e de craques que possam desequilibrar os jogos a favor dos seus times.

Aí é que se encontra o xis da questão: quem tem o jogador que faz a diferença, leva vantagem. Sempre foi assim no futebol, tanto que se distinguem os grandes unindo, através dos tempos, o clube e o personagem principal como o Honved de Puskas; Real Madrid de Di Stefano; Barcelona de Kubala; Santos de Pelé; Benfica de Eusébio; Botafogo de Garrincha; Bayern de Beckenbauer; Manchester de Bobby Charlton; Milan de Mazzola; Ajax de Cruyff; Flamengo de Zico e muitos mais – até chegarmos aos melhores da atualidade: Barcelona de Messi; a Espanha de Xavi e Iniesta; o Bayern de Schweinsteiger, os melhores da atualidade.

Neymar fez a diferença jogando pelo Santos, porém a sua obra ficou incompleta pela perda do título mundial de clubes, a ausência do título brasileiro e os fracassos pela seleção. Terá a oportunidade de escrever capítulos vibrantes vestindo a camisa do Barça, mas, antes, poderá chegar à primeira conquista pela seleção, que será a Copa das Confederações. Ele é o único jogador do grupo de Felipão que pode decidir sozinho uma parada e, lamentavelmente, não conseguiu mostrar essa capacidade na última Copa América e na Olimpíada.

O problema é que há muita dependência de Neymar e nem sempre ele consegue apresentar a mesma inspiração na seleção. A força coletiva é fundamental para que não se dependa exclusivamente do grande craque, sobrecarregando-o de responsabilidade, mas é praticamente impossível ficar alheio ao que representa um jogador fora de série. Basta lembrar-se de o jogo em que o Barcelona perdia em casa para o Paris Saint-Germain e, mesmo lesionado, Messi entrou no segundo tempo e criou a jogada do gol de empate, assegurando a classificação para a fase seguinte do torneio.

Na última rodada, tivemos dois exemplos clássicos de jogadores excepcionais que mudaram a história dos jogos a favor de Atlético e Coritiba. Em Campinas, o veterano Paulo Baier finalmente iniciou a partida como titular e liderou a equipe na primeira vitória, demonstrando o quanto ainda é importante para o Furacão; no Alto da Glória, o tarimbado Alex comandou as ações e com uma finalização certeira assinalou o gol que remeteu o Coxa à liderança do campeonato.

Os dois craques jogam com alegria juvenil e esbanjam categoria porque possuem aquilo que os ingleses chamam de feel good factor, o "fator sentir-se bem".

Alex e Paulo Baier sentem-se bem com a vida, com o futebol e com a alegria de vestir a camisa dos clubes que amam.

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