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O futebol paranaense está vivendo uma espécie de crise existencial.

Todos concordam que as nossas equipes são mal-administradas, enfraqueceram tecnicamente e encontram dificuldades para conquistar patrocinadores.

Para aumentar a generalizada baixa estima, o futebol paranaen-se submete-se a um campeonato estadual inchado, desinteressante, sem nenhuma ação mercadológica e com regulamento burro e mal-escrito.

Alguns insistem em compará-lo com os centros mais desenvolvidos, que recebem maior cobertura da mídia nacional e, por isso mesmo, conseguem grandes patrocínios. Não dá para comparar o futebol paranaense com os mercados tradicionais, mesmo porque isso acontece em todos os países. Curitiba está para o futebol brasileiro como Genova esta para o futebol italiano.

São centros médios, tanto no plano político quanto esportivo, que participam das divisões principais, mas com reduzidas chances de conquistar as primeiras posições. De vez em quando, fruto de trabalho e competência, um time dessas cidades chega ao título nacional, mais ou menos como aconteceu há alguns anos com Coritiba e Atlético, aqui; e com a Sampdoria, em Genova.

Antes de ficarmos só diminuindo as nossas coisas, apontando erros e sofrendo com o baixo rendimento dos times nos torneios nacionais, precisamos ter consciência do que podemos fazer para melhorar.

Não adianta reclamar do excesso de clubes na cidade, pois já houve muitas fusões e não é o caso. As circunstâncias mercadológicas e o rendimento das equipes acabarão determinando o lugar de cada um no processo evolutivo do futebol brasileiro.

O que se deve cobrar, isto sim, é maior eficiência na gestão dos clubes e, sobretudo, um trabalho mais elaborado nas categorias de base diante da impossibilidade de concorrer com os maiores centros na contratação das estrelas do futebol.

Os dirigentes não devem perder de vista o fato de que os times paranaenses, limitados à região metropolitana da capital e sem penetração nas demais áreas do estado, sobrevivem em razão da paixão e da rivalidade entre as torcidas. Este é o mote para manter os estádios relativamente cheios e, acima de tudo, fazer durar as campanhas de sócios torcedores.

Claro que para essa manutenção de fidelidade será imprescindível a formação de times competitivos e uma completa reestruturação do Campeonato Paranaense que, de fonte geradora de prejuízos, deveria se transformar em ponto de partida para uma temporada rica em faturamento e emoções.

O que falta é gente capaz nos clubes e na Federação. Gente nova que pense grande e consiga produzir um outro momento.

Essa associação de clubes, criada há pouco tempo e praticamente acéfala, por absoluta incompetência gerencial e falta de unidade entre os dirigentes, é o exemplo pronto e acabado do momento dramático experimentado pelo futebol paranaense.

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