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O futebol brasileiro começou a corrigir o conceito de que tendo dinheiro à vontade qualquer um forma grandes times. Nunca foi assim, mas os cartolas – a maioria ingênua, alguns por interesse – insistiram nas contratações desenfreadas mesmo conhecendo exemplos emblemáticos de fracassos homéricos. O Brasileiro do ano passado derrubou esse dogma do futebol: o de que as maiores receitas, invariavelmente, levam à formação dos melhores times e, consequentemente, às melhores colocações.

O campeão Cruzeiro foi apenas o 13.º em faturamento no balanço dos clubes no ano anterior, o Atlético o oitavo e Goiás e Vitória nem apareceram na lista das maiores receitas. Muitos clubes gastaram acima do que podiam e estão revendo a política, tanto que a temporada começou com poucas contratações, raras transferências e uma pobreza franciscana.

Os supertécnicos com seus respectivos supersalários foram para o espaço e diversos clubes preferiram apostar nos treinadores pratas da casa: bom, bonito e barato. Como a CBF aumentou de três para cinco o número de estrangeiros que podem ser escalados cresceu a busca de jogadores no mercado sul-americano. Exportador de craques, o Brasil importa aqueles que não tiveram mercado na Europa. Do mesmo jeito que os times europeus viraram verdadeiras seleções, as equipes brasileiras podem se tornar uma mescla do que restou pelo continente depois de os europeus já terem passado sua peneira e garimpado a nata. Isso não significa que os times brasileiros serão reforçados, pois tem mais perna de pau do que bons jogadores rodando por aí.

Quem sentiu isso foi o Coritiba, com os seus últimos decepcionantes investimentos internacionais. Tanto que nenhum deles daria jeito no time B, que não começou bem o Estadual.

O Atlético anda ciscando, mas até agora não convenceu ninguém, pois mesmo o espanhol Fran Mérida, que agora virou titular, mostrou qualidade técnica inferior do que a maioria dos volantes do elenco. Mas como resolveu promover mais uma extravagante aventura com a contratação de um treinador espanhol e do iniciante Petkovic no comando do sub-23, o Furacão provoca na torcida curiosidade e apreensão.

Curiosidade para ver no que vai dar a nova experiência estrangeira na figura do treinador, o qual terá o primeiro teste na estreia do Furacão na Libertadores. Com o time esvaziado após as saídas de Luiz Alberto, Léo, Paulo Baier e Everton, a torcida esta naturalmente apreensiva. Mas como o futebol é feito de resultados, não custa aguardar a evolução das escalações alternativas que disputam o Estadual e, no caso atleticano, do primeiro desafio no torneio continental.

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