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Se Coritiba e Palmeiras vivem o drama da ameaça do rebaixamento no tom verde de suas cores principais, o verdadeiro inferno verde da floresta amazônica serviu como inspiração para muitos. 44 anos antes do filme Fitzcarraldo foi realizada outra produção germânica em locações na Amazônia, esta em 1938, mas com conotações nazistas. Recebeu o título de O inferno verde, reunindo atores alemães e brasileiros com a bênção de Joseph Goebbels, ministro da Propaganda do Terceiro Reich.

O inferno verde, que atemoriza coxas e palmeirenses, é resultado do mau planejamento na escolha de treinadores e na formulação dos respectivos elencos. Enquanto o Coritiba aventurou-se com Dado Cavalcanti e Celso Roth para recontratar Marquinhos Santos na esperança da salvação, o Palmeiras investiu no argentino Ricardo Gareca e promoveu uma série de contratações equivocadas, recorrendo ao velho e bom Dorival Junior na dramática tentativa de livrar-se do pior.

Nem mesmo a inauguração do magnífico Allianz Parque serviu para melhorar o rendimento do fraco time palmeirense, que acabou implacavelmente batido pelo Sport. O estádio cheio e a torcida esmeraldina vibrante pouco ajudaram na motivação dos jogadores que agora se encontram acuados pela situação criada e com a obrigação de livrar o clube do vexame maior que seria o segundo rebaixamento exatamente no ano do centenário.

Mas o confronto entre Coritiba e Palmeiras nos remete a ocasiões marcantes do futebol, com destaque a Copa do Brasil de dois anos atrás, quando decidiram o título e o Verdão paulista sagrou-se campeão. Recuo no tempo e guardo gravados em minhas retinas os lances de um triunfo do Coxa em partida válida pela Taça Brasil de 1961 com o placar de 3 a 1 em tarde memorável de Miltinho, Ivo, Oda, Duílio e Ronald diante de um time que contava com gigantes como Valdir, Djalma Santos, Zequinha, Chinesinho, Julinho Botelho e outros.

Outra vitória importante foi a quebra de longa invencibilidade da Academia pelo Campeonato Brasileiro de 1972, com gol marcado pelo argentino Dreyer – que jogava ao lado de Hidalgo, Leocádio, Fito, Dirceu e demais craques daquela década de ouro da equipe coxa-branca.

Vencer Leão, Luis Pereira, Ademir da Guia, Leivinha e companhia não era tarefa fácil, pois o Palmeiras estava rumando ao título que se confirmou no final da temporada.

A dura realidade dos dias atuais não lembra nem de longe as grandes escalações da dupla alviverde em seus momentos de glória. Mas trata-se de partida carregada de nervosismo, afinal a grande chance do Coxa é confirmar sua superioridade atuando em casa, enquanto que, após o desastre de quarta feira, aumentou significativamente a pressão sobre os jogadores palmeirenses.

Ingredientes mais do que suficientes para um grande jogo esta noite no Alto da Glória.

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