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O futebol europeu firmou-se como um dos melhores negócios do mundo graças à seriedade de suas entidades gestoras – UEFA e as ligas nacionais –, a organização dos campeonatos, ao investimento em craques e, sobretudo, ao marketing.

Não é preciso dizer que, tristemente, o futebol brasileiro percorre caminho inverso, colocando-se em xeque com relativa facilidade a idoneidade das entidades locais, a desorganização dos campeonatos nos quais não se respeita sequer a tabela de jogos, ao êxodo de craques que partem cada vez mais jovens em busca do Eldorado e, sobretudo, a ausência de marketing.

Nem falo das palavras mágicas do marketing: inovação e atitude. Bastava um pouquinho de exercício mercadológico em torno dos campeonatos estaduais e do Brasileiro para melhorar o apelo e aumentar a possibilidade de arrecadação dos clubes tão mal tratados pela maioria dos administradores.

Inovação e atitude são duas palavras quase desconhecidas no esporte brasileiro, onde os cartolas arrebentam com as federações na eterna luta pelo poder. O vôlei tem sido uma saudável exceção, mas em compensação a maioria das modalidades olímpica é puxada em ritmo de carroça de bois.

Inovação nada mais é do que a arte de descobrir o novo e o melhor. É a base da estratégia e do sucesso das empresas de melhor desempenho no mercado em que atuam. Essas empresas estão sempre lançando novidades, abrindo novas frentes, altamente produtivas para sua atividade principal, ou rentáveis pelo alto grau de aceitação por parte dos consumidores, previamente identificados. Criam novos produtos e serviços, descobrindo novas maneiras de fazer negócios.

Um belo exemplo de iniciativa inovadora é a realização de jogos em países neutros entre seleções de futebol bem conceituadas. Como esse amistoso Brasil e Portugal, na semana que vem em Londres.

Inovação significa quebrar as regras convencionais. Quando passaria pela cabeça de alguém promover um Brasil e Portugal na capital inglesa?

A inovação é o oposto da imitação e a da tendência de manter o "status quo". Para o novo empreendedor no imenso negócio chamado futebol é importante sair da rotina dos campeonatos tradicionais ou das promoções conhecidas e estabelecidas há algum tempo, com reputação, potencial financeiro assegurado e uma ligação antiga com a clientela. A inovação não é apenas importante, mas uma necessidade dos novos empreendedores para criar o fato novo.

Atitude é outra palavra de muito poder em marketing. Ela explica a finalidade última da ação mercadológica. Aí é que entram os diversos componentes visíveis, tais como venda de ingressos, publicidade, pesquisa, merchandising, relações públicas, televendas e franchising, entre outras coisas ainda mal exploradas no futebol brasileiro.

carneironeto@gazetadopovo.com.br

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