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O governo brasileiro precisa tomar cuidado para que a reunião programada para hoje entre a presidente da República e o presidente da Fifa não enverede pelo perigoso caminho da galhofa.

Bem ou mal; certo ou errado, o governo brasileiro assumiu com a Fifa o compromisso de atender as suas exigências para a realização da Copa de 2014 em nosso país. Não cabe, aqui e agora, discutir até que ponto vai a responsabilidade do ex-presidente Lula no processo e muito menos as dolorosas consequências provocadas pelos descaminhos do ex-presidente da CBF.

O Brasil e a entidade do futebol celebraram um acordo, que na realidade é um contrato, envolvendo múltiplos interesses, tanto da área oficial quanto do setor privado. E contrato, como se sabe, deve ser respeitado.

Politicamente fragilizado, o go­­verno ainda não conseguiu passar a Lei Geral da Copa que, além do atraso nas obras de cons­­trução dos estádios, reforma dos aeroportos, ajustes na mobilidade, ampliação da rede hoteleira, segurança pública para as delegações e milhões de turistas que virão para cá, tem tirado o sono dos dirigentes da Fifa.

A venda de bebidas alcoólicas nos estádios durante o torneio é parte do pacote de interesses da entidade e isso ficou bem especificado no caderno de encargos aprovado pelo ex-presidente.

Com a substituição do corintiano Lula – salve o Itaquerão! – por Dilma Rousseff, que nunca escondeu a antipatia pelo sinistro Ricardo Teixeira, os planos originais dos cartolas do futebol começaram a fazer água.

Por questões políticas e, inaceitavelmente, até mesmo religiosas, os deputados não aprovaram a liberação de bebidas no mês do Mundial. Então, o país que aceitou todas as condições apresentadas para a realização do megaevento, está voltando atrás por causa de pastores evan­­gélicos que se tornaram deputados e vociferam com a Bíblia Sagrada nas mãos?

Senhores, estamos tratando de negócios sérios, envolvendo dois empreendimentos extraordinários, com a duração de apenas 15 dias – Copa das Con­­federações no ano que vem – e 30 dias – Copa do Mundo – e o governo federal vai pagar esse mico de proporção internacional?

Ah, mas tem um dispositivo na lei que libera as bebidas alcoólicas desde que os governos estaduais façam um acordo com a Fifa. É o conhecido e maroto "jeitinho brasileiro".

Se uma ou mais exigências da Fifa não forem aceitas, ela simplesmente cobrará os prejuízos do governo, conforme o acordo assinado há muito tempo.

Depois de tantos problemas, englobando a destituição do ministro do Esporte Orlando Silva e a queda do presidente Ricardo Teixeira, se arrependimento matasse, Joseph Blatter estaria mortinho da silva.

Os políticos brasileiros não precisam de um chute no traseiro, mas de um choque de realidade, afinal o mundo inteiro estará nos observando até os Jogos Olímpicos de 2016.

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